quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dilma diz 'lamentar' ausência do Estado palestino dos debates da ONU

Presidente falou sobre o tema em discurso de abertura da Assembleia.

Ela também defendeu que Brasil tenha lugar no Conselho de Segurança.


Do G1, em Brasília
dilma (Foto: G1)A presidente Dilma Rousseff, durante discurso de 
abertura da 66ª Assembleia Geral das Nações
Unidas, em Nova York. (Foto: Divulgação/ONU)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (21), no discurso de abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, lamentar a ausência da Palestina nas discussões.
"Lamento não poder saudar nesta tribuna o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal. Assim como a maioria dos países dessa assembleia, acreditamos que chega ao momento de termos a Palestina aqui representada", afirmou a presidente.
Ao abrir o discurso, Dilma Rousseff afirmou que representa "a voz da democracia". Ela é a primeira mulher a fazer o discurso de inauguração do evento, que, por tradição, cabe ao chefe de Estado brasileiro em razão de o Brasil ter sido o primeiro país a aderir ao organismo internacional, em 1945.
"Pela primeira vez na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o debate geral: é a voz da democracia", disse, sendo aplaudida logo depois. "Divido essa emoção com mais da metade dos seres humanos de que esse será o século das mulheres.  Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino e são também femininas", completou.
Dilma foi aplaudida também em outra oportunidade, ao defender a reforma dos assentos no Conselho de Segurança da ONU. "[A orientação do conselho] será tão mais acertada quanto mais legítima forem suas decisões, a legitimidade depende cada vez mais de sua reforma. A
falta de representatividade no Conselho de Segurança corrói sua efetividade. O mundo precisa de um conselho de segurança que venha refletir a sociedade contemporânea", disse.
Crise
A presidente também disse demonstrar preocupação com a crise econômica internacional. " A ONU precisa emitir com a máxima urgência sinais claros de coesão política e macroeconômica. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão", afirmou. "Essa crise é seria demais para que seja administrada por uns poucos países."
Em seu discurso, Dilma exaltou o papel de seu governo em contornar as turbulências da economia internacional. "Mantemos gastos do governo sob rigoroso controle sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais nem nosso ritmo de crescimetno e investimento."
"Externo imensa preocupação com países desenvolvidos no que se refere não só aos efeitos da crise econômica, mas também aos efeitos sobre a sociedade, principalmente sobre os efeitos que o desemprego produz.".


Na noite de terça-feira (20), Dilma também abordou a crise em discurso para cerca de 300 convidados em um jantar onde recebeu o prêmio de Serviço Público oferecido pelo instituto americano Woodrow Wilson, em Nova York. Ela afirmou ter "imensa preocupação" com as turbulências econômicas nos países desenvolvidos, mas destacou que o Brasil apresenta "fundamentos sólidos" para enfrentar esta "nova fase" da crise mundial.
Reuniões
Antes de discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente teve uma breve audiência com o secretário-geral do organismo internacional, Ban Ki-moon.
Ao longo da tarde desta quarta, Dilma terá reuniões bilaterai, pela ordem, com o premiê do Reino Unido, David Cameron, com os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, do Peru, Ollanta Humala, e da da Colômbia, Juan Manuel Santos. De acordo com o Planalto, mais de 40 países pediram audiências com Dilma. Devido à agenda apertada, a presidente precisou selecionar.Além de tratar da criação de um Estado Palestino, líderes dos mais de 190 países integrantes das Nações Unidas irão debater o futuro político da Líbia, que vive uma guerra civil desde fevereiro deste ano, quando grande parte da população se rebelou contra a ditadura de 42 anos do coronel Muhammar Kadhafi.

A ONU deverá decidir se apoia formalmente o Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, formado pelos rebeldes que lutam contras as forças de Kadhafi. A tendência é de que as Nações Unidas defendam que o CNT assuma o poder provisoriamente e organize eleições.

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