segunda-feira, 30 de maio de 2011

Deputados vão visitar escolas técnicas do DF



                                                                         Foto:Geolando Gomes
A Câmara Legislativa realizou na manhã de quinta-feira (26) audiência pública para discutir a formulação de uma política de ensino técnico no Distrito Federal. O debate, proposto pelo líder do governo, deputado Wasny de Roure (PT), reuniu no auditório da Casa distritais, representantes do Executivo e do Sistema S, professores e estudantes. O próximo passo é a visita de deputados às escolas de ensino técnico.
"É importante ir até as escolas para conhecer suas principais dificuldades: a ausência de professores, as condições de infra-estrutura, como banheiros quebrados etc.", argumentou Wasny. A agenda de visitas deverá ser articulada pela Comissão de Educação e Saúde (CES) com a Secretaria de Educação.
O ensino técnico e a capacitação profissional são temas centrais para o desenvolvimento do Brasil e do DF. A questão, contudo, nem sempre foi tratada dessa forma. Ao traçar breve histórico das escolas técnicas e profissionalizantes no País, o presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Adelmir Santana, disse que o País passou quase 100 anos sem grandes investimentos no setor: "Ficamos praticamente paralisados". Ele destaca, no entanto, avanços conquistados durante o governo Lula.

                                                                        Foto:Geolando Gomes
Na opinião do secretário de Trabalho, Glauco Rojas Ivo, apesar dos avanços no âmbito federal, houve descaso com a questão no DF nos últimos oito anos. "Estamos numa encruzilhada histórica, temos à frente grandes eventos como a Copa do Mundo, e é preciso resolver agora o gargalo da capacitação", afirmou.
O deputado Prof. Israel Batista (PDT) também pediu respostas imediatas aos problemas. "Segundo o Ministério do Trabalho, vamos produzir 1,7 milhão de vagas de emprego este ano, mas não teremos trabalhadores qualificados para ocuparem todos esses postos", criticou.
"Precisamos expandir a oferta e mudar a lógica de entrada nos cursos: todos devem ter acesso, os mais velhos, os mais jovens e os mais desfavorecidos", concordou o diretor de Ensino Profissional da Secretaria de Educação, Antônio Alves de Siqueira Júnior. De acordo com ele, há 4 mil estudantes nas escolas de ensino técnico do DF.
Outro problema apontado pelo diretor foi a carga horária de alguns cursos: "Não queremos mais cursos de 20h e 30h que não formam, precisamos de formação efetiva".
Nesse sentido, o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (antigo Colégio Agrícola), Wilson Conciane, elogiou a criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) pela presidente Dilma. "Ele vai ampliar a oferta por meio de parcerias com o Sistema S, e isso vai envolver formação dos professores, infra-estrutura adequada em laboratórios etc.", explicou.

domingo, 22 de maio de 2011

Governo do DF lançará plano para superar desigualdade social

 combate a miséria e a pobreza, maiores bandeiras de Dilma Rousseff, terão que passar por questões regionais, ou seja, precisarão de apoio de prefeitos e governadores. Os problemas constatados em pesquisa são regionais. De acordo com o Instituto de Pesquisa Economica Aplicada -- Ipea, o Distrito Federal tem a maior desigualdade social do país, onde a diferença entre ricos e extremamente pobres é altíssima.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal, Arlete Sampaio, será enviado em breve para avaliação dos deputados distritais um plano de trabalho em forma de projeto de lei direcionado à superação da extrema pobreza.

O estudo mostra que para reverter esse quadro a administração do governador Agnelo Queiroz (PT) vai ter muito trabalho pela frente. A pesquisa do Ipea divulgada na sexta-feira (20) comprova a desigualdade. "Temos regiões em que a presença de extremamente pobres é muito maior do ponto de vista da totalidade da população local. Por outro lado temos, como é o caso do Distrito Federal, uma participação de extremamente pobres em menor escala, independente das dimensões diferenciadas por regiões do Brasil", disse o presidente do Ipea.

Para resolver a questão será preciso maior participação das prefeituras e governos estaduais. "O mais importante é chamar a atenção para as dificuldades em identificar e localizar esses segmentos sociais muito pobres, tendo em vista que eles são historicamente já marginalizados e deserdados de políticas públicas. Portanto, o governo ao definir uma linha de extremamente pobres tornou mais complexa a atuação da política pública, porque isso implicará numa reorganização das ações que estão no plano federal, que já vem sendo executadas. E será anunciado em breve o programa de enfrentamento da miséria extrema, e simultaneamente também exigirá por parte dos governos estaduais uma reorganização das suas próprias ações, porque é muito difícil um programa federal ter êxito se não contar com apoio dos governos estaduais e municipais", diz Pochmann.

A secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal, Arlete Sampaio e o diretor de Estudos e Políticas Sociais da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), Oswaldo Russo de Azevedo, falaram sobre a preocupação e as ações do governo petista para combater a desigualdade social. (Bruno Costa e Ricardo Weg - Portal do PT)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Por que o sexo é reprimido?

Por: Regina Navarro
O sexo é ainda tão reprimido, tão cheio de tabus e preconceitos, que a maioria não sabe diferenciar o que realmente deseja do que aprendeu a desejar. Quantas vezes você ouviu uma amiga afirmar, após ter ficado de carícias e beijos a noite inteira com um homem, que não foi ao motel porque não sentiu vontade? Ou um amigo dizer que não está a fim de sair com determinada mulher, quando no fundo o medo é de falhar a ereção?
A repressão sexual é um conjunto de interdições, valores e regras estabelecidas pelo social para controlar a sexualidade das pessoas. O maior perigo da repressão sexual é quando, de tão bem-sucedida, não se percebe sua existência. Por meio da educação, os valores e as proibições sociais são assimilados de tal maneira que, depois de internalizados, se expressam sob a forma de culpa e vergonha. E a ideia de que há no sexo algo de pecaminoso é absurda, causando sofrimentos que se iniciam na infância e continuam pela vida afora. Desde cedo, as crianças aprendem a associar sexo a algo sujo, perigoso. E dentro das famílias essa ideia ainda ganha um reforço. Por conta de todos os preconceitos, se vive como se sexo não existisse, e ninguém fala com tranquilidade sobre o assunto.
Na verdade, a repressão sexual é um enigma estranho e paradoxal. Se todo ser humano sente prazer com estímulos sexuais, por que então, o tempo todo e em toda parte, sempre existe alguém tentando restringir a liberdade sexual das pessoas? Uma explicação possível está no fato de que, quanto mais se amplia, aprofunda e diversifica a vida sexual, com mais coragem, vontade e decisão se vai vivendo. Transgredir e contestar as regras impostas pode, portanto, tornar as pessoas “perigosas”.
W. Reich, profundo estudioso da sexualidade humana na primeira metade do século XX, vai mais longe ainda. Ele afirma que a repressão sexual da criança torna-a apreensiva, tímida, obediente, “simpática” e “bem comportada”, produzindo indivíduos submissos, com medo da autoridade. O recalcamento — resultado da interiorização da repressão sexual — enfraquece o ‘Eu’ porque a pessoa, tendo que constantemente investir energia para impedir a expressão dos seus desejos sexuais, priva-se de parte de suas potencialidades.
Portanto, conclui Reich, o objetivo da repressão sexual consiste em fabricar indivíduos para se adaptar à sociedade autoritária, se submetendo a ela e temendo a liberdade, apesar de todo o sofrimento e humilhação de que são vítimas. James W. Prescott, respeitado neuropsicólogo e pesquisador americano, concluiu que uma personalidade orientada para o prazer raramente exibe condutas violentas ou agressivas e que uma personalidade violenta tem pouca capacidade para tolerar, experimentar ou desfrutar atividades sexualmente prazerosas.
Ao contrário de outras culturas, em que alcançar o máximo de satisfação no sexo é importante, a nossa cultura judaico-cristã valoriza mais o sofrimento, considerando-o uma virtude. O prazer é visto com maus olhos. Se você quiser comprovar, basta fazer uma experiência. Quando chegar amanhã ao trabalho, conte uma desgraça, daquelas bem cabeludas. Diga como está sofrendo e como viver é difícil. Garanto que todos vão se mobilizar, ficar ao seu lado, tentando ajudar de todas as maneiras. Daqui a uma semana, faça o oposto. Conte como está feliz, diga que teve uma noite maravilhosa, de intenso prazer sexual. Mas se prepare. Seus colegas vão tentar disfarçar, mas se afastarão com risinhos irônicos e passarão a te olhar diferente, de um jeito meio crítico.
Não é de admirar, portanto, que tanta gente renuncie à sexualidade ou que a atividade sexual que se exerce na nossa cultura seja de tão baixa qualidade. Na maioria das vezes ela é praticada como uma ação mecânica, rotineira, desprovida de emoção, com o único objetivo de atingir o orgasmo o mais rápido possível. Resulta daí ser o desempenho bastante ansioso, podendo levar a um bloqueio emocional e a vários tipos de disfunção, como impotência, ejaculação precoce, ausência de desejo e de orgasmo, sem falar nos casos mais graves de enfermidades psíquicas. É preciso descomplicar o sexo.
Há algum tempo, perguntei a diversas pessoas o que elas pensavam a respeito da repressão sexual. Aí vão algumas respostas.
João Ubaldo Ribeiro (escritor)
Ainda existe muita repressão. Essa frase do Nelson Rodrigues, muito citada, ilustra bem isso: “Se todo mundo soubesse da vida sexual de todo mundo, ninguém se dava com ninguém.” O grau de repressão é altíssimo, inclusive da pessoa com ela mesma.

Elza Soares (cantora)
Fui muito atacada durante a minha relação com o Garrincha, mas não me arrependi de estar amando, não. Mas eu fazia comparações. As sociedade foi muito preconceituosa por eu ser mulher, negra e pobre, e denunciar a hipocrisia.

Lula Vieira (publicitário)
O sexo é reprimidíssimo, por ser uma coisa muito libertária. As religiões e os poderosos acham que sem reprimir o sexo não há possibilidade de domínio político ou social. A primeira preocupação de qualquer religioso é cuidar do sexo. A repressão sexual é uma forma de dominar.

Luiz Mott (antropólogo, fundador do Grupo Gay da Bahia)
Há pesquisas rigorosas que comprovam grandes semelhanças psicológicas entre pessoas racistas, machistas e homofóbicas. Todas ostentam personalidade do tipo autoritária, com graves dificuldades em conviver com a "alteridade". Em termos de religião, via de regra tendem ao fanatismo; em política são fascistóides. O Brasil é o campeão mundial em assassinatos de homossexuais! 


Artigo de Marcos Bagno

LIVRO DIDÁTICO
Polêmica ou ignorância?
Por Marcos Bagno em 17/5/2011

Para surpresa de ninguém, a coisa se repetiu. A grande imprensa brasileira mais uma vez exibiu sua ampla e larga ignorância a respeito do que se faz hoje no mundo acadêmico e no universo da educação no campo do ensino de língua. Jornalistas desinformados abrem um livro didático, leem metade de meia página e saem falando coisas que depõem sempre muito mais contra eles mesmos do que eles mesmos pensam (se é que pensam nisso, prepotentemente convencidos que são, quase todos, de que detêm o absoluto poder da informação).
Polêmica? Por que polêmica, meus senhores e minhas senhoras? Já faz mais de quinze anos que os livros didáticos de língua portuguesa disponíveis no mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da Educação abordam o tema da variação linguística e do seu tratamento em sala de aula. Não é coisa de petista, fiquem tranquilas, senhoras comentaristas políticas da televisão brasileira e seus colegas explanadores do óbvio.
Já no governo FHC, sob a gestão do ministro Paulo Renato, os livros didáticos de português avaliados pelo MEC começavam a abordar os fenômenos da variação linguística, o caráter inevitavelmente heterogêneo de qualquer língua viva falada no mundo, a mudança irreprimível que transformou, tem transformado, transforma e transformará qualquer idioma usado por uma comunidade humana. Somente com uma abordagem assim as alunas e os alunos provenientes das chamadas "classes populares" poderão se reconhecer no material didático e não se sentir alvo de zombaria e preconceito. E, é claro, com a chegada ao magistério de docentes provenientes cada vez mais dessas mesmas "classes populares", esses mesmos profissionais entenderão que seu modo de falar e o de seus aprendizes não é feio, nem errado, nem tosco; é apenas uma língua diferente daquela – devidamente fossilizada e conservada em formol – que a tradição normativa tenta preservar a ferro e fogo, principalmente nos últimos tempos, com a chegada aos novos meios de comunicação de pseudo-especialistas que, amparados em tecnologias inovadoras, tentam vender um peixe gramatiqueiro para lá de podre.
Defender uma não significa combater a outra
Enquanto não se reconhecer a especificidade do português brasileiro dentro do conjunto de línguas derivadas do português quinhentista transplantado para as colônias, enquanto não se reconhecer que o português brasileiro é uma língua em si, com gramática própria, diferente da do português europeu, teremos de conviver com essas situações, no mínimo patéticas. A principal característica dos discursos marcadamente ideologizados (sejam eles da direita ou da esquerda) é a impossibilidade de ver as coisas em perspectiva contínua, em redes complexas de elementos que se cruzam e entrecruzam, em ciclos constantes. Nesses discursos só existe o preto e o branco, o masculino e o feminino, o mocinho e o bandido, o certo e o errado e por aí vai.
Darwin nunca disse, em lugar algum de seus escritos, que "o homem vem do macaco". Ele disse, sim, que humanos e demais primatas deviam ter se originado de um ancestral comum. Mas essa visão mais sofisticada não interessava ao fundamentalismo religioso, que precisava de um lema distorcido, como "o homem vem do macaco", para empreender sua campanha obscurantista que permanece em voga até hoje (inclusive, no discurso da candidata azul disfarçada de verde à presidência da República no ano passado).
Da mesma forma, nenhum linguista sério, brasileiro ou estrangeiro, jamais disse ou escreveu que os estudantes usuários de variedades linguísticas mais distantes das normas urbanas de prestígio deveriam permanecer ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura e em sua língua. O que esses profissionais vêm tentando fazer as pessoas entenderem é que defender uma coisa não significa automaticamente combater a outra. Defender o respeito à variedade linguística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los ao mundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento.
Defensores da "língua certa"
Não é preciso ensinar nenhum brasileiro a dizer "isso é para mim tomar?" porque essa regra gramatical (sim, caros leigos, é uma regra gramatical) já faz parte da língua materna de 99% dos nossos compatriotas. O que é preciso ensinar é a forma "isso é para eu tomar?" porque ela não faz parte da gramática da maioria dos falantes de português brasileiro, mas, por ainda servir de arame farpado entre os que falam "certo" e os que falam "errado", é dever da escola apresentar essa outra regra aos alunos, de modo que eles – se julgarem pertinente, adequado e necessário – possam vir a usá-la.
Também. O problema da ideologia purista é esse também. Seus defensores não conseguem admitir que tanto faz dizer assisti o filme quanto assisti ao filme; que a palavra óculos pode ser usada tanto no singular (o óculos, como dizem 101% dos brasileiros), quanto no plural (os óculos, como dizem dois ou três gatos pingados).
O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez por um pouco de masoquismo) é ver os mesmos defensores da suposta "língua certa", no exato momento em que a defendem, empregarem regras linguísticas que a tradição normativa que eles acham que defendem rejeitaria imediatamente. Pois no sábado (14/5), assistindo ao Jornal das Dez, da GloboNews, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte essa deliciosa pergunta: "Como é que fica então as concordâncias?" Ora, sr. Monforte, eu lhe devolvo a pergunta: "E as concordâncias, como é que ficam então?

Porque só os homens, podem sentir prazer?

Por: Regina Navarro Lins

On Saturday 7th May 2011,  said:
No consultório: Orgasmo fingido > Eleonora tem 35 anos e nunca trabalhou. Casada há oito, Pablo, seu marido, lhe garante um ótimo padrão econômico. Sua vida é bastante movimentada socialmente, apesar de ter três filhos. Sai com as amigas, faz compras, vai à ginástica, massagista e outras coisas do gênero. Mas no final das contas tudo não sai tão barato como parece. 

Eleonora não tem mais vontade de fazer sexo com o marido, mas tem pavor que ele perceba isso e deixe de ser tão generoso quando o assunto for dinheiro. “Quando namorávamos o sexo era melhor, acho que eu tinha mais vontade. Mas agora, não. Por mim, acho que não transaria nunca mais com ele. O pior é que sei que ele tem o maior tesão por mim; está sempre disposto. Se eu deixar é todo dia... Eu tento evitar, dou desculpas, só que nem sempre ele aceita. Aí, para tudo ser mais rápido finjo logo o orgasmo. Tem dias, que para ele ficar feliz, finjo que tenho orgasmos múltiplos, três ou quatro seguidos. Ele adora quando isso acontece.”


***

Como o número de mulheres que não têm orgasmo é enorme, a quantidade das que fingem também é grande. E os motivos são os mais variados. Desde o temor de não ser considerada sensual ou boa de cama, passando pelo constrangimento de perceber o homem pouco à vontade na relação, até o medo de desagradar e não manter o casamento, como é o caso de Eleonora. Independente da causa, é lamentável que o sexo não possa ser, em grande parte das relações, uma troca verdadeira de prazer. 
Esse é o mal do século, os homens que não sabem transar e proporcionar prazer a sua parceira.
Cresçam meninos!!!

Para Lula, esquerda governa com "mais competência" na América Latina



Elmer Martinez/AFP
Zoom
Lula abriu o dia de debates na Nicarágua
Lula abriu o dia de debates na Nicarágua


mundo@band.com.br

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, durante o XVII Foro de São Paulo, na Nicarágua, que a esquerda provou que é capaz de governar com "mais competência" do que a direita na América Latina.

"Provamos que a esquerda governa com mais competência do que a direita, que governou durante muitos anos”, disse Lula para mais de 150 líderes da esquerda latino-americana que participam do Foro, em Manágua.

Lula citou como exemplo as políticas econômicas que promoveu durante seu mandato para erradicar a pobreza e melhorar o nível de vida da classe média.

O ex-presidente destacou que é necessário promover "uma discussão mais profunda" sobre o desenvolvimento das forças de esquerda para "fortalecer os partidos políticos, construir alianças e vencer eleições".

Lula assinalou que a esquerda deu grandes passos desde a constituição do Foro de São Paulo, em 1990, o que lhe permitiu chegar, pela via democrática, ao governo de muitos países do continente.

Há 20 anos era difícil imaginar que algum dia "um índio" como Evo Morales conquistaria o poder na Bolívia, ou que a esquerda governaria potências econômicas como Argentina e Brasil.

Segundo Lula, o Partido Comunista de Cuba foi crucial para forjar esta unidade e a Frente Sandinista da Nicarágua, do presidente Daniel Ortega, "é a força democrática mais viva, que mais evoluiu" no hemisfério.

Lula presidiu o primeiro dia de debates do Foro de São Paulo, junto ao presidente Ortega, ao ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya e a outros dirigentes da esquerda
.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

STF autoriza extradição de ex-militar da ditadura argentina

Por dez votos a um, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta quinta-feira (19/05) a extradição do major do Exército argentino Norberto Raul Tozzo. Acusado de participar do “Massacre de Margarita Belén”, em 1976, na província do Chaco, no norte do país. 

Na ocasião, 22 presos políticos, em sua maioria militantes da Juventude Peronista, foram executados em uma operação conjunta entre o Exército argentino e a polícia local. Quatro corpos permanecem desaparecidos. O fuzilamento foi disfarçado, prática comum no regime militar argentino de então, como tendo sido um tiroteio entre a polícia e um grupo de milícia, durante tentativa de fuga dos prisioneiros. 

Entretanto, o STF determinou que Tozzo só poderá ser julgado pela Justiça argentina pelo crime de sequestro qualificado desses quatro desaparecidos, pois as acusações de homicídio prescreveram.


A defesa do major alegou erros nos documentos apresentados à corte brasileira, e negou a existência de provas na participação de Tozzo no massacre. Os advogados alegaram que houve motivação política e militar nos crimes de que o argentino é acusado. 

O único voto discordante entre os 11 ministros do Supremo foi de Marco Aurélio Mello, ao alegar que o crime ocorreu durante regime de exceção no país vizinho, e teve motivação política. Julga-lo, em sua opinião, seria o mesmo que julgar responsáveis pelo mesmo crime no Brasil, onde isso é impossível em razão da Lei de Anistia. 

Os demais seguiram a orientação da relatora, Cármen Lúcia Rocha. Ela observou que o tratado de extradição existente entre Brasil e Argentina descarta a possibilidade de enquadrar como políticos crimes praticados com características de crime comum, como foi o caso do major. Ela também rejeitou a alegação de anistia, observando que o decreto do ex-presidente foi julgado inconstitucional e que, há poucos dias, o Tribunal de Resistência julgou acusados de participar do massacre de Margarita Belén, condenando uns e inocentando outros. 

Na lei argentina, o sequestro não prescreve e é punido com pena de prisão perpétua. Mas a pena de Tozzo não poderá passar de 30 anos, o máximo permitido pelas leis brasileiras. 

domingo, 15 de maio de 2011

O Bolsa Família da Dilma

Marcos Coimbra 13 de maio de 2011 às 13:37h
Uma das mais importantes decisões do governo Dilma Rousseff está prestes a se concretizar e poucas pessoas estão sabendo. Até o fim de maio, depois de meses de estudos e reuniões (que contaram com a participação ativa da presidenta), o Programa Brasil sem Miséria deverá ser lançado.
A meta é ambiciosa: de agora até 2014, acabar com a miséria absoluta no Brasil, mudando radicalmente a vida de 16,2 milhões de pessoas, sua população-alvo. Em nossa história, nenhum governo havia se colocado em um desafio desse porte.
Pena que algo tão relevante fique em segundo plano nas discussões políticas e nas atenções da mídia. Obcecados com o tema do “retorno da inflação”, ninguém se interessa por outra coisa. Ficamos presos à velha agenda: “Gastos públicos descontrolados”, “fatores de instabilidade” e “limites ao crescimento”.
Enquanto isso, um programa totalmente novo está em gestação. Se der certo, o Brasil sem Miséria vai ajudar a resolver um problema que sempre consideramos insolúvel e revolucionar a nossa sociedade.
É algo que Dilma anunciou na campanha como um de seus principais compromissos, mas que passou quase despercebido. No meio de tantas coisas sem pé nem cabeça que estavam sendo prometidas, é até compreensível que isso tivesse acontecido.
Depois da eleição, uma das tarefas nas quais ela mais se empenhou foi na finalização do programa. A versão que será em breve anunciada tem sua marca pessoal.
Aliás, na hora de escolher o slogan do governo, ela optou pela frase “País Rico É País sem Pobreza”, no lugar do que Lula preferia, “Brasil: um País de Todos”. Ou seja, o novo programa é bem mais que apenas outro na área social.
A ideia é simples de enunciar, mas a concretização é complicada. Como disseram suas responsáveis diretas, a ministra do Desenvolvimento Social e a secretária extraordinária para a Erradicação da Pobreza, em entrevista recente, a premissa do programa é que, para erradicar a miséria, é preciso dirigir aos segmentos mais vulneráveis da população ações que assegurem: 1. A complementação de renda. 2. A ampliação do acesso a serviços sociais básicos. 3. A melhora da “inclusão produtiva”.
Como se pode ver, é muito mais que o Bolsa Família, mas dele decorre. Sem a experiência adquirida nos últimos anos, seria impensável um programa como esse, que exige integração de vários órgãos do governo federal, articulação com estados e municípios e capacidade de administrar ações em grande escala. Além disso, é mais complexo, pois implica desenhar soluções específicas para cada segmento, comunidade ou até família, em vez de lhes destinar um benefício padronizado, por mais relevante que seja.
Com ele, tomara desapareçam duas coisas aborrecidas de nosso debate político. De um lado, a reivindicação de paternidade do Bolsa Família que Fernando Henrique e algumas lideranças tucanas repetem a toda hora. De outro, as opiniões preconceituosas contra programas do gênero, típicas de certas classes médias, para quem transferir renda é uma esperteza que subordina beneficiários e perpetua a pobreza. Daí a dizer que Lula é produto do Bolsa Família é um passo.
O curioso na pendência a respeito de quem inventou o Bolsa Família é que o Bolsa Escola, criado no governo FHC, tem sua origem em algo que nasceu dentro de uma administração petista, a do Distrito Federal, quando Cristovam Buarque foi governador. O que foi implantado em Campinas à época em que o tucano Magalhães Teixeira era prefeito tinha pouco a ver com desempenho ou frequência- -escolar, pré-requisitos do Bolsa Escola.
Discussões como essa perdem sentido ante o novo. Onde estaria seu DNA peessedebista se o Bolsa Escola era algo tão mais limitado e menor? Como insistir no discurso do “Fui eu que fiz?”
Aos críticos do maquiavelismo petista, o Brasil sem Miséria responde com sua concepção inovadora e disposição de fazer. Quem levou o Bolsa Família a ser o que é tem crédito para se propor um desafio dessa envergadura.
Mas o importante mesmo é a perspectiva que se abre de que a miséria seja enfrentada para valer. Essa é uma dívida que o País precisa pagar.
Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Também é colunista do Correio Braziliense.

sábado, 14 de maio de 2011

Mulheres oprimidas, porquê?

Por:Regina Navarro: 
"O valor atribuído pelas religiões à virtude sexual contribuiu inevitavelmente para degradar a posição da mulher"
Marisa, 38 anos, foi condenada a doze anos de prisão por ter assassinado o marido. Quando eu trabalhava como psicóloga no Sistema Penitenciário, pude entrevistá-la e ouvir sua história. Chorando muito, contou que morava com ele, a filha adolescente e a mãe idosa. Era comum ele chegar em casa à noite e, por qualquer motivo, espancar as três. Sempre que, desesperada, ameaçava chamar a polícia, ele ficava ainda mais violento. Não foram poucas as vezes em que terminava uma surra esfregando cocô de cachorro no seu rosto. Não suportando mais, Marisa decidiu agir. Colocou estricnina na comida dele.
Histórias dramáticas como essa existem em todo o mundo. Estima-se que nos Estados Unidos a violência contra a mulher ocorra em pelo menos 3,4 milhões de lares! E o FBI divulgou que três em cada quatro mulheres podem esperar ser alvo de pelo menos um crime de violência durante a vida.
E como agora, todos sabem, alguns países mulçumanos fundamentalistas defendem a crença de que as mulheres têm mesmo que ser dominadas, desvalorizadas e escravizadas. Durante o regime talibã, no Afeganistão, por qualquer motivo as mulheres podiam ser espancadas ou executadas. As meninas não podiam ir à escola; as mulheres não tinham permissão para trabalhar ou andar pelas ruas sem a companhia de um parente do sexo masculino. Além disso, elas não tinham forma nem rosto. O uso da burqa, que as cobre da cabeça aos pés, transformou essas mulheres em fantasmas assustados.
Você já parou para pensar por que existe tanta opressão contra as mulheres? Nos últimos três mil anos, assistimos sob diversas formas e em vários lugares ao domínio do homem sobre a mulher ser levado ao extremo. O valor atribuído pelas religiões à virtude sexual contribuiu inevitavelmente para degradar a posição da mulher. Sendo vista como tentadora, todas as oportunidades de levar o homem à tentação tinham que ser reduzidas. As mulheres respeitáveis eram cercadas de restrições, e as pecadoras eram tratadas com desrespeito e insultos.
A ideia da guerra dos sexos e de que homem e mulher são inimigos foi reforçada por vários textos que aconselhavam os homens a tomar distância em relação àquela que, por vezes, poderia até ser chamada de companheira. O Mahabharata — epopéia que faz um apanhado de crenças e lendas indianas ligadas ao vishnuísmo — apoia completamente essas ideias. “Nunca existiu nada mais culpado do que uma mulher. Na verdade, as mulheres são raízes de todos os males.” (38.12). “O Deus do vento, a morte, as regiões infernais (...) o lado cortante da lâmina, os venenos terríveis, as serpentes e o fogo. Todos coabitam harmoniosamente entre as mulheres.” (38.29).
A origem da má natureza feminina seria uma sensualidade desenfreada, impossível de ser satisfeita por um só homem. “As mulheres são ferozes. São dotadas de poderes ferozes (...). Nunca são satisfeitas por somente um ser do sexo oposto(...). Os homens não deveriam absolutamente amá-las. Quem se comportar de outra forma estará certamente correndo para sua perdição.” Os padres da Igreja a associavam a serpente e a satã.
Ela aparece com frequência nos sermões da Idade Média: “A mulher é má, lúbrica tanto quanto a víbora, escorregadia tanto quanto a enguia e, além do mais, curiosa, indiscreta, impertinente”. No século XII, o bispo Etienne de Fougère, falando sobre as mulheres, exortava os homens “a mantê-las bem trancadas. Entregues a si mesmas, sua perversidade se expande; elas vão procurar satisfazer seu prazer junto dos empregados, ou então entre si”.
O porquê de tanto medo e desconfiança das mulheres é explicitado em dois textos escritos por teólogos muçulmanos nos séculos XII e XV, ainda hoje populares. Alguns afirmaram que o apetite sexual da mulher é superior ao do homem. “Parece que, copulando-se noite e dia, durante anos, com a mesma mulher, jamais ela consiga atingir o ponto de saturação. Sua sede de copular nunca é saciada.” Ela é associada a uma vagina-ventosa que nunca está satisfeita. A cópula agiria diferente nos dois sexos: desabrocharia a mulher e enfraqueceria o homem. Na análise que faz desses textos, a escritora árabe Fatna Ait Sabbah conclui que os únicos machos equipados para fazer frente a essa “mulher-fenda-ventosa” não sejam humanos, mas animais, o burro ou o urso, cujos pênis correspondem melhor aos desejos femininos.
Superior/inferior, dominador/dominado. É evidente que a maneira como as relações entre homens e mulheres se estruturam — dominação ou parceria — tem implicações decisivas para nossa vida cotidiana. As mulheres são consideradas inferiores aos homens e se submetem à sua dominação. A imagem da mulher respeitada é trocada pela de simples objeto, que serve ao homem apenas para lhe dar prazer sexual e filhos legítimos. Sendo propriedade dele, puni-la severamente ou mesmo matá-la é considerado simplesmente o exercício de um direito.
Contudo, não é nada fácil para o homem corresponder ao ideal masculino de força, sucesso, poder, que a sociedade patriarcal lhe exige. Homens e mulheres têm as mesmas necessidades psicológicas — trocar afeto, expressar emoções, criar vínculos. A questão é que perseguir esse ideal impede a satisfação das necessidades, e a impossibilidade de alcançá-lo gera frustração. Está aberto o espaço para a violência masculina no dia-a-dia. Essa idéia se confirma quando os estudos mostram que a violência contra as mulheres não é a mesma em todos os lugares. É muito maior onde se cultua o mito da masculinidade.

domingo, 8 de maio de 2011

QUEM É BIN LADEN PARA OS ESTADOS UNIDOS?


 
A sociedade dos Estados Unidos se levantou, carregando junto os índices de popularidade do presidente Barack Obama, que se deterioravam diante da incapacidade de articular suas forças políticas e cumprir as promessas de campanha.

Ninguém se lembra disso... O que lhes importa agora é que a honra nacional foi lavada com sangue. Aquele a quem o governo Bush tributou o atentado contra as torres gêmeas do World Trade Center foi assassinado sumariamente, em uma ação paramilitar comandada pelo governo dos Estados Unidos.

Valeu tudo! A obtenção da informação do paradeiro de Bin Laden à custa da tortura de um preso na base militar de Guantánamo, a invasão do território paquistanês, a execução de um homem desarmado e o sequestro de seu corpo. Além da posterior “ocultação de cadáver”, já que o corpo não foi entregue à família, mas simplesmente lançado ao mar.

Um crime atrás do outro, perpetrados pelo governo de um país que tenta se afigurar como uma insofismável democracia.

Pior, toda a ação se deu sem o questionamento de qualquer segmento político daquele país e com o aplauso entusiasmado da população.

Obama resolveu fazer a mesma trajetória do seu antecessor, abusando do terrorismo de estado para angariar apoio popular.

Cometeu um erro. Bush soube preservar Bin Laden vivo, oculto, como uma ameaça a que poderia recorrer a qualquer hora em que quisesse promover uma nova escalada bélica, um novo reforço orçamentário para fins militares.

A Obama não resta mais que desfrutar do nível de popularidade que lhe foi proporcionado pela generosidade do cadáver de Bin Laden.

Agora, acabou. Não há mais Bin Laden para liquidar. E a euforia vingativa da sociedade dos Estados Unidos não vai se manter por todo o seu mandato.

Obama trate de perseguir o cumprimento das promessas de campanha, sob pena de ter que inventar um novo fantasma para enfrentar.

Fernando Tolentino
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