segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As diferentes caras do PSD

 As diferentes caras do PSD
Foto: Andressa Anholete / 247 e Thyago Arruda / 247

CELINA LEÃO E LILIANE RORIZ FAZEM OPOSIÇÃO, WASHINGTON MESQUITA É GOVERNISTA, ELIANA PEDROSA É ANALÍTICA E ROGÉRIO ROSSO DECLARA-SE INDEPENDENTE. NOVO PARTIDO JÁ É O SEGUNDO NA CÂMARA

Noelle Oliveira _Brasília247 - A ideia é que o Partido Social Democrático (PSD) seja independente, como defende o presidente da legenda no DF, o ex-governador Rogério Rosso. Ele insiste nisso, mas nem todos os filiados ao novo partido seguem o mesmo caminho. Apesar de o PSD não se posicionar como governo ou oposição, duas deputadas distritais colocam-se contra o governo, um apoia Agnelo e outra se declara neutra e "analítica". Mas ninguém briga por causa disso.
Washington Mesquita, que era o único representante do PSDB na Câmara, tem posição taxativa: está na base do governo de Agnelo Queiroz. Não poderia ser diferente. Foi dele a indicação do novo administrador de Taguatinga, Carlos Alberto Jales. "Estou na base de apoio, mas claro que sempre tendo em mente o que é melhor para Brasília e para a sociedade", pondera. "Preciso ser coerente, não posso me posicionar de uma forma diferente", justifica o distrital.
A novata Liliane Roriz, que era do PRTB, diz que foi clara com Rosso ao se decidir pela mudança de partido: "Deixei explícito que não abriria mão de ser oposição a esse governo, uma oposição responsável porque é disso que essa cidade está precisando". Ela acredita que as divergências entre os integrantes do partido são naturais e que ocorrerão em todo o país. "Mas vamos fugir do embate, com respeito, não cabe mais esse tipo de disputa em Brasília", avalia. A deputada afirma que já votou a favor do governo quando achou necessário e que isso pode vir a se repetir. "Os políticos podem pensar diferente, mas é importante que tenham um objetivo bem definido."
Já a ex-democrata Eliana Pedrosa, na oposição desde o início do governo de Agnelo e líder do agora extinto bloco Avanço Democrático, de oposição, prefere manter o posicionamento neutro e "analítico": "Eu diria que estou operando em uma posição de fiscalização, com o intuito de melhorar os projetos apresentados". Ela destaca que tem se posicionado contra o governo em alguns projetos em apreciação na Câmara, mas que seu histórico é muito mais de se abster para aperfeiçoar as propostas. A distrital nega, ainda, que o bloco que comanda seja de oposição e reitera que o novo partido permite, efetivamente, que cada integrante mantenha sua posição. "Ainda não temos um conteúdo programático, até porque se isso já tivesse sido imposto de uma maneira pronta estaríamos sendo incongruentes, estamos enviando nossas propostas e vamos construir os critérios juntos", diz.
O Brasília 247 entrou em contato com a deputada Celina Leão, ex-PMN, quarta deputada que completa a lista de distritais que migraram para o PSD, para saber sua posição diante do governo. Mas a distrital sentiu-se mal durante o dia e afastou-se das tarefas na Câmara. No entanto, a iniciativa da parlamentar em comandar a tentativa de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias que envolvem o governador Agnelo Queiroz oferece indícios fortes de sua postura oposicionista.
De olho em 2014
Eliana, Celina, Liliane e Washington apóiam-se no PSD na caminhada para a próxima eleição. "A entrada de Liliane no partido torna mais forte a legenda para 2014, ela vem de uma família que possuí 30% do eleitorado brasiliense", avalia Washington.
Segundo Liliane, é certo que a legenda terá um candidato concorrendo às próximas eleições para governador. "Discutir, nesse momento, quem será não vem ao caso, pois teremos que avaliar a conjuntura política da época", considera. O PSD já tem a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados (55 deputados) e dois senadores. Na Câmara Legislativa é a segunda maior, atrás apenas do PT, que tem cinco deputados.

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