quarta-feira, 10 de agosto de 2011

NOTA PÚBLICA: Militantes do DF comunicam Desligamento da AE-DF


Nós, militantes do Partido dos Trabalhadores, que integrávamos a Articulação de Esquerda, até o dia 29 de julho de 2011, e temos no Distrito Federal o nosso campo de militância, informamos oficialmente o nosso desligamento da AE DF a todas/os militantes e também à direção da AE-DF.

Entre os motivos, estão aqueles relatados em nota nacional, aprovada em plenária e assinada pelos/as signatários/as da tese “Inaugurar um Novo Período”. O estopim do processo foi o fim de semana de 29, 30 e 31 de julho, quando se realizou o I Congresso da Articulação de Esquerda. A antiga maioria da direção nacional da corrente decidiu impugnar a delegação da Bahia, em uma decisão política sem qualquer base no regimento do evento.

Para os/as que saíram daquela tendência, este impedimento fez parte de um artifício criado pela maioria da antiga direção nacional com intuito de negar que aqueles e aquelas que apoiavam a tese Inaugurar pudessem ser maioria no Congresso. Naquele momento chegou ao extremo um longo debate no qual tentamos recompor e sintonizar nossos corações e mentes em uma perspectiva que retomasse o sentido que nos constituiu no passado, nas lutas que travamos e construímos.

Todavia, tivemos a certeza que os companheiros haviam tomado suas decisões e que nossos objetivos, metas e projetos na construção de uma esquerda socialista de massas, estavam descolados dos princípios que se apresentavam com os atos e ações que foram impetrados pela DNAE em relação a todos os militantes dessa tendência, atingindo especialmente o grupo que assinava o texto “Inaugurar Um Novo Período”  que postulava um debate franco no âmbito do congresso que seria instalado.

O evento ilustra a crítica às possibilidades de construção política existentes naquela organização e a visão de base social que a antiga direção possuía. Essa concepção está no alicerce das divergências que temos com o grupo que permaneceu na AE, entre elas:

1.     O entendimento da necessidade de atuação no PT e na esquerda. Entendemos que uma corrente interna do Partido dos Trabalhadores socialista tem que construir dentro do conjunto do partido e na esquerda essa visão estratégica com base nos novos desafios táticos do próximo período. Isso significa ampliar radicalmente sua organicidade, ter como objetivo e prática diária o convencimento de cada uma e cada um militante de esquerda de que é possível conjugar luta social, condução de governos na institucionalidade e disputa ideológica da sociedade de modo a realizar uma transição entre os benefícios imediatos à população dentro das agendas governamentais e as reformas estruturais que vão democratizar de fato a nossa sociedade. Isso não pode ser apenas dito, tem que ser construído efetivamente com vistas à sua concretização. Este é o papel do PT nos governos municipais, estaduais e no federal.

2.     Outra divergência é sobre a visão de quem são os/as protagonistas do projeto socialista. Este grupo entende e reafirma que somente a massa social organizada e consciente é capaz de mudar as relações desiguais desta sociedade estruturada em classes sociais. Nós queremos ser, de fato, um campo político que possua estreita relação com os movimentos sociais, que dê lugar nos espaços de poder a mulheres, negros/as, indígenas, pescadores/as, gays, camponeses/as e outros grupos historicamente afastados desta condição de empoderamento. Entendemos que mesmo os que reivindicam a construção de um projeto socialista, incidem no erro, de reproduzir os preconceitos de classe reforçando as contradições do sistema, por não darem os espaços de protagonismo aos/as agentes históricos.

3.     Nós, ao contrário do que nos acusam, não rebaixamos o debate ao personalismo político, até porque o problema do personalismo nas organizações políticas não está com quem questiona esta estrutura, mas na própria estrutura, na dinâmica da suas relações de poder e participação dos grupos políticos que o compõem. Aliás, estruturas de poder personalizadas não são novas no cenário brasileiro e mundial.

Essas ideias serão aprofundadas junto com os/as demais militantes que compõem agora este novo campo da esquerda do Partido dos Trabalhadores, em Seminário a ser realizado no dia 1º de Setembro, em Brasília. E serão discutidas a luz da realidade do DF em evento pré-agendado para o mês de setembro.

Não queremos reinventar a roda, e respeitamos todos e todas que participam da construção cotidiana dessa visão de partido que defendemos e que acreditamos necessária à realização do projeto socialista. Mas nos propomos a ser um novo espaço de ebulição desse projeto e convidamos quem esteja disposto a esse esforço a se juntar a nós.
 

Assinam esta nota:
Alexandre Giehl
Ariely de Castro Silva
Cleberson Zavaski (Binho)
Diumari Souza Silva
Geanys Vilhalba
Jonas Valente
Madileide Marcia da Silva
Marcelo Arruda
Marcelo Burguez
Rogério Tomaz Jr.

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