sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Especialistas defendem aplicação de recursos federais para a segurança do Entorno




Foto: Geolando Gomes
Representantes dos governos do DF, de Goiás e da União, ligados à área de segurança, debateram na tarde desta sexta-feira (12), em audiência pública, alternativas para a redução da criminalidade da na área do Entorno do Distrito Federal. A iniciativa foi do deputado Wasny de Roure (PT), que abriu a discussão defendendo ações integradas urgentes para garantir maior segurança aos moradores de ambos estados.



"A ação dos criminosos não respeita limites de jurisdição, nem áreas de poligonais. Atinge a todos", ressaltou. Wasny propôs que os entes da Federação discutam a aplicação de mais recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, estimados em cerca R$ 10 bilhões, no orçamento do próximo ano, em ações efetivas de segurança pública para o Entorno.
Além das autoridades ligadas à área da segurança, estudantes que moram no Gama, em áreas limítrofes ao Entorno, participaram da audiência pública, exibindo cartazes de protesto. Entre os moradores do Entorno, os discursos foram unânimes em criticar o inchaço populacional daquela região, em razão do deslocamento da especulação imobiliária.
O secretário do Entorno do DF, Renato Andrade, anunciou que o atual governo está elaborando políticas públicas integradas, por meio de um planejamento estratégico, no sentido de enfrentar o problema da falta de segurança com medidas definitivas como  "geração de empregos, moradia digna e programas de alimentação", em conjunto com o governo federal.
O especialista em segurança, Antônio Flávio Testa, criticou a política de ocupação do Entorno e a falta de perspectivas  para os jovens daquela região. Ele defendeu a necessidade um "consenso político" a fim de garantir a inclusão no orçamento, tanto do DF como de Goiás e da Federação, de emendas para atender às demandas do Entorno.
O secretário adjunto de Segurança Pública do DF, Suamyr Santos Silva, defendeu que "é preciso a construção da cidadania"  para que a região do Entorno diminua seus índices de violência. "A questão não é só problema de polícia. Por isso, o debate tem que ser transversal a todas as áreas do governo", pregou. Apesar disso, anunciou que o GDF tem como foco a adoção de um "policiamento inteligente" para aquela área.
O representante do governo do Goiás, coronel Edson Costa Araújo, criticou a atual crise comentando que o problema do Entorno foi agravado "por um jogo de empurra-empurra ao longo dos anos". Como essa situação se agravou, defendeu, cabe agora aos governos estaduais e federal a definição de um decisão política. Disse que o governo goiano está fazendo levantamento sobre a carência do efetivo policial e que estuda ações como as UPPs do Rio de Janeiro. E lamentou que não há delegacia de Homicídios no Entorno.
Também o representante do Ministério da Justiça, coronel Agnaldo Augusto da Cruz, reconheceu que o Entorno do DF foi relegado ao abandono nos últimos anos.  Enfatizou, contudo, que o governo federal está preocupado com o problema e está planejando ações integradas com os estados envolvidos. Entre as propostas, defendeu a adoção de programas de desarmamento.
"É necessário que se criem políticas públicas que estimulem a população a sonhar e lutar pela construção de projetos de vida e relações comunitárias sólidas", ressaltou a deputada federal Erika Kokay (PT), ao lamentar a atual situação de violência enfrentada pelos moradores do Entorno. 
Zildenor Ferreira Dourado - Coordenadoria de Comunicação Social da CLDF

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