segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Homenagem a Lupicínio Rodrigues


27 de agosto de 1974: A morte de Lupicínio Rodrigues, o cantor do amor e meu ídolo

Jornal do Brasil: Quarta-feira, 28 de agosto de 1974 - página 5 do Caderno B

"Lupicínio recebe hoje
a etiqueta
de grande cantor
da dor-de-cotovelo.
Na verdade
é bem mais
do que isso.
De menestréis
da dor-de-cotovelo
a música brasileira
está cheia.


O grande em Lupicínio é a maneira como se coloca diante das desilusões amorosas, a simplicidade com que se confessa...
Jornal do Brasil

O compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, 59 anos, morreu em Porto Alegre, vítima de insuficiência cardíaca. Embora internado por mais de uma semana, a notícia surpreendeu parentes e amigos, que chegaram de toda parte para render-lhe as últimas homenagens.

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Descoberto por Noel Rosa, o primeiro sucesso veio com o antológico Se acaso você chegasse, cantado por Ciro Monteiro, em 1938. Um anos depois Lupicínio se apresentava no bairro carioca da Lapa, disposto a trilhar um novo e fértil período de boemia. Sempre enveredando as histórias de decepções amorosas, vieram Pergunte aos meus tamancosQuem há de dizerCadeira vazia e Castigo, sucessos na voz de Alcides Gonçalves, seu principal intérprete. Suas composições, grande parte delas escritas com Felisberto Martins, foram gravadas por grandes nomes da MPB como Francisco Alves, Linda Batista, Orlando Silva e Jamelão.

Entre os feitos de maior orgulho deste torcedor apaixonado do Grêmio de Porto Alegre, está a autoria da letra e da música do hino do seu clube de coração. 

Desejo do reconhecimento da juventude
No começo dos anos 70, Lupicínio lamentou-se do desinteresse dos cantores jovens com o seu trabalho, e confessou estar à espera de que eles lhe dessem uma oportunidade. A sua morte inesperada impediu que conhecêssemos muitas histórias musicais que ele ainda haveria de cantar. Mas a oportunidade pretendida pelo compositor, o seu desejo de reconhecimento pela juventude, começou a acontecer na voz de revelações da nova geração, como Paulinho da Viola, Elis Regina, Caetano Veloso e Gal Costa. Uma homenagem póstuma e para a posteridade.

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