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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

8 de setembro de 1871 - A Lei do Ventre Livre


2O Centenário da Lei do Ventre Livre. Jornal do Brasil: terça-feira, 28 de setembro de 1971


Há exatamente 141 anos, a Princesa Isabel, em nome de D. Pedro II, fazia saber a todos os cidadãos do Império que a Assembléia-Geral decretara e ela sancionava a lei determinando que os filhos de todas as mulheres escravas, que nascessem a partir daquele dia em todo o país, eram considerados de condição livre.

O projeto, aprovado na Câmara dos Deputados, teve 65 votos favoráveis e 45 contrários. A maior parte dos votos contrários estava entre os cafeicultores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Como foi aprovada sob o Gabinete de Visconde do Rio Branco, membro do Partido Conservador, a lei também fico conhecida como Lei Rio Branco.

A Lei do Ventre Livre oferecia aos filhos de escravos, duas opções: poderiam ficar com seus senhores até atingir a maioridade, que era de 21 anos à época, ou serem entregues ao governo para arriscar a sorte na vida. Quase todos os ingênuos ficavam com seus senhores, estes dispensavam apenas doentes, cegos e deficientes físicos.

Produto de longas articulações políticas lideradas pelo próprio Imperador, a Lei do Ventre Livre recebe, até hoje, interpretações diversas. Para uns, representou passo decisivo para o fim da escravidão no Brasil; para outros, foi apenas uma manobra hábil que reteve por mais de uma década o movimento abolicionista. Para uma terceira corrente, a Lei, além de libertar os escravos, foi o último ato soberano da Monarquia.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Hoje completa 39 anos do golpe contra Allende



Após resistir a duras investidas da Junta Militar Chilena que exigia sua saída da presidência do país, Salvador Allende matou-se com um tiro na boca. Seu corpo foi encontrado reclinado num sofá, sobre uma poça de sangue, numa das salas do Palácio de La Moneda.

Jornal do Brasil: quarta-feira, 12 de setembro de 1973

Os últimos meses que antecederam aquele 11 de setembro foram marcados por uma grave crise no Chile. A economia estava praticamente paralisada, em conseqüência de uma sucessão de greves e de uma inflação sem controle. Sem crédito no exterior, as importações caíram visivelmente, causando escassez de combustíveis e alimentos.

Esse panorama, fragilizou a esquerda de Allende. E o golpe se fez no mesmo dia de seu suicídio. A Junta que assumiu o controle do país, logo após a deposição do governo, prometeu devolver a nação à normalidade. Foi decretado o estado de sítio e o toque de recolher. Iniciava-se a ditadura militar do General Pinochet, que perdurou no poder autoritário por 17 anos, num período de barbárie, marcado por torturas, assassinatos e desaparecimento de cidadãos chilenos.


Para driblar a censura brasileira que exigia que nenhum alarde fosse feito na primeira página para o episódio, o JB ousou em criatividade e sagacidade numa capa que entrou para a História como uma das mais polêmicas editadas no período da ditadura. Nada de títulos garrafais, nem fotos abertas: a primeira página não contemplou manchete alguma, nem uma fotografia sequer; só texto. A morte do presidente chileno era o único assunto da primeira página do jornal numa extensa redação, emoldurada pelo habitual serviço de classificados.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

30 de agosto de 1972: Morre Dalva de Oliveira



A morte de Dalva de Oliveira. Jornal do Brasil: Quinta-feira, 31 de agosto de 1972.

A morte chegou para Dalva de Oliveira, 55 anos, no final da tarde de uma quarta-feira que estava fria e chuvosa, e após diversas hemorragias provocadas por varizes no esôfago. O velório da cantora aconteceu no Teatro João Caetano. Em fila e sem tumulto, mais de 2 mil pessoas aguardaram sua vez de chegar bem perto ao caixão para despedir-se da cantora. Seu corpo enterrado num jazigo perpétuo do Cemitério Jardim da Saudade, homenagem do Retiro dos Artistas.

Villa-Lobos a considerava a melhor cantora popular brasileira. Juscelino Kubitschek certa vez telefonou de Paris diretamente para o Hospotal Miguel Couto, onde ela estava internada após um acidente de trânsito. Uma espécie de Edith Piaf nacional, Dalva retirava da própria vida - marcada pela tragédia, a frustração amorosa e uma incrível capacidade de estar sempre recomeçando - a força da sua arte. Em nenhuma outra cantora brasileira os dizeres das canções guarda tanta intimidade com a história pessoal de sua intérprete.

Vicentina de Paula Oliveira nasceu no dia 5 de maio de 1917, em Rio Claro, interior paulista. Filha do saxofonista Mário de Oliveira, cresceu acompanhando o grupo musical do pai. Com a morte dele, foi para um orfanato, onde aprendeu piano, órgão e canto.
No final dos anos 20, seguiu para São Paulo com a mãe, e começou a trabalhar como faxineira numa escola de canto. Nas horas vagas, improvisava no piano. Descoberta, foi convidada a participar de uma turnê com o grupo de Antonio Zoveti. Em 1933, fez um teste de cantora na Rádio Mineira e adotou o nome de Dalva de Oliveira. Depois foi a vez de conquistar o Rio de Janeiro. Em 1935 já estava na Rádio Mayrink Veiga, em menos de um ano, já era sucesso estrondoroso nas rádios de todo o Brasil.

Num show de teatro ainda nos anos 30, conheceu o compositor Herivelto Martins, seu primeiro marido. Formaram um trio com Nilo Chagas, originalmente intitulado Dalva de Oliveira e a Dupla Petro e Branco. Mais tarde, ouvindo conselhos de um empresário musical, mudaram para Trio de Ouro. Durante os quase 15 anos que permaneceram juntos, mantiveram-se como um dos mais importantes conjuntos vocais da música popular brasileira.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Homenagem a Lupicínio Rodrigues


27 de agosto de 1974: A morte de Lupicínio Rodrigues, o cantor do amor e meu ídolo

Jornal do Brasil: Quarta-feira, 28 de agosto de 1974 - página 5 do Caderno B

"Lupicínio recebe hoje
a etiqueta
de grande cantor
da dor-de-cotovelo.
Na verdade
é bem mais
do que isso.
De menestréis
da dor-de-cotovelo
a música brasileira
está cheia.


O grande em Lupicínio é a maneira como se coloca diante das desilusões amorosas, a simplicidade com que se confessa...
Jornal do Brasil

O compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, 59 anos, morreu em Porto Alegre, vítima de insuficiência cardíaca. Embora internado por mais de uma semana, a notícia surpreendeu parentes e amigos, que chegaram de toda parte para render-lhe as últimas homenagens.

Outras efemérides de 27 de agosto
1965: Morre Le Corbusier, um expoente da arquitetura modernal perde Dom Hélder Câmara

Descoberto por Noel Rosa, o primeiro sucesso veio com o antológico Se acaso você chegasse, cantado por Ciro Monteiro, em 1938. Um anos depois Lupicínio se apresentava no bairro carioca da Lapa, disposto a trilhar um novo e fértil período de boemia. Sempre enveredando as histórias de decepções amorosas, vieram Pergunte aos meus tamancosQuem há de dizerCadeira vazia e Castigo, sucessos na voz de Alcides Gonçalves, seu principal intérprete. Suas composições, grande parte delas escritas com Felisberto Martins, foram gravadas por grandes nomes da MPB como Francisco Alves, Linda Batista, Orlando Silva e Jamelão.

Entre os feitos de maior orgulho deste torcedor apaixonado do Grêmio de Porto Alegre, está a autoria da letra e da música do hino do seu clube de coração. 

Desejo do reconhecimento da juventude
No começo dos anos 70, Lupicínio lamentou-se do desinteresse dos cantores jovens com o seu trabalho, e confessou estar à espera de que eles lhe dessem uma oportunidade. A sua morte inesperada impediu que conhecêssemos muitas histórias musicais que ele ainda haveria de cantar. Mas a oportunidade pretendida pelo compositor, o seu desejo de reconhecimento pela juventude, começou a acontecer na voz de revelações da nova geração, como Paulinho da Viola, Elis Regina, Caetano Veloso e Gal Costa. Uma homenagem póstuma e para a posteridade.

sábado, 25 de agosto de 2012

25 de agosto de 1961: A renúncia de Jânio Quadros


25 de agosto de 1961: A renúncia de Jânio Quadros

A reúncia de Jânio Quadros. Jornal do Brasil: Sábado, 26 de agosto de 1961

"Nesta hora de grave crise e de perigos incontáveis, cabe a todos os brasileiros a tarefa de se empenharem na preservação da unidade nacional e das instituições democráticas. A renúncia do Presidente Jânio Quadros causou profunda inquietação ao povo inteiro, paralisou a administração, obrigou as Forças Armadas a se colocarem de prontidão, fez com que os governos estaduais adotassem medidas de precaução, pôs o Poder nas mãos do Presidente da Câmara e deixou o Brasil numa situação tal que ninguém pode esconder o temor que todos sentimos de que a própria Nação pode perder-se ou descrer de si mesma". Jornal do Brasil

Janio Quadros. Erno Schneider. CPDoc JB

A efêmera presidência de Jânio Quadros foi marcada por polêmicos mandos e desmandos: a tentativa de reaproximação com a URSS e a China, a nomeação de um embaixador negro para a África, a recusa de apoio aos americanos na expulsão de Cuba da OEA, e ainda a proibição de rinhas de galo e de maiôs cavados, causaram perplexidade entre o povo e as elites.


O desfecho dessa gestão não seria menos surpreendente. Jânio renunciou ao cargo quando o vice, João Goulart, se encontrava em visita oficial à China. A ausência de Jango abriu margem para que o presidente da Câmara, Ranieri Mazzili, assumisse provisoriamente o governo. Até hoje se especula sobre os reais motivos da renúncia. O mais lógico é a de que se tratou de uma manobra estratégica. Sem maioria no Congresso, e ciente do desconforto entre Jango e os militares, renunciara na expectativa que o Parlamento lhe oferecesse liberdade governamental, e de que contaria também com o apoio do exército. O Congresso, contudo, aceitou prontamente sua renúncia eclodindo uma crise política que culminaria, anos mais tarde, no Golpe Militar. Ninguém ofereceu lição maior de esperança e desilusão ao povo brasileiro.

Surpreendente e polêmico do início ao fim

Jânio Quadros assumiu a Presidência da República a 31 de janeiro. Contrariando a expectativa geral, em seu discurso de posse foi discreto e gentil, chegando mesmo a tecer elogios ao governo anterior. Na mesma noite porem, surpreendeu a todos. No seu pronunciamento em rede nacional atacou violentamente o governo JK, acusando o ex-presidente de nepotismo e inoperância administrativa, responsabilizando-o pelo descontrole inflacionário e pela galopante dívida externa. Era o primeiro de tantos episódios histriônicos que ensaiaria na sua turbulenta trajetória de 209 dias à frente do poder máximo do país.

terça-feira, 10 de julho de 2012

10 de julho de 1982: O adeus à alegria de Jackson do Pandeiro


10 de julho de 1982: O adeus à alegria de Jackson do Pandeirucyanne Mano

Jornal do Brasil: Terça-feira, 13 de julho de 1982 - página 2 do Caderno B

A embolia cerebral que surpreendeu Jackson do Pandeiro num leito de hospital em Brasília, onde se tratava de uma descompensação diabética, privou o músico da sua vida, os fãs da sua alegria contagiante e as gravadoras de se redimirem da indiferença com que puniram seu talento.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

26 de outubro de 2011: 89 anos de Darcy Ribeiro



Darcy Ribeiro

"Só há duas opções nesta vida:
se resignar ou se indignar.
E eu não vou me resignar nunca
".
Darcy Ribeiro

O Hoje na História deste 26 de outubro de 2011 se dedica a um genuíno brasileiro, que se fosse vivo, completaria hoje 89 anos: Darcy Ribeiro. Daqueles que não desistiu nunca. Um intelectual brasileiro dedicado em defender o que era verdadeiramente nosso. Um apaixonado pelo Brasil, empenhado nas melhorias da nossa Educação, inconformado com as agruras do povo, dedicado em entender nossas origens, assistir aos índios com quem conviveu e a quem defendeu como um cacique. Mais um mineiro, de Montes Claros, que enche nosso peito de orgulho.

Quem mais ficaria deitado numa rede, na beira de uma praia brasileira, embalado pela brisa, apenas pelo prazer de sentir o cheiro das mulatas africanas? 

Darcy, como você faz falta!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

15 anos da morte de Renato Russo

“Um belo dia, o público vai descobrir que o seu ídolo tem pés de barro, e é uma coisa muito dolorosa porque messias não existem” (Renato Russo)

Nesta terça-feira (11) fez 15 anos que o cantor e poeta Renato Russo morreu. No entanto, mesmo com sua ausência, suas canções se eternizaram e até hoje são lembradas.

“Tão correto e tão bonito: o infinito é realmente um dos deuses mais lindos!” E, quando ouço Renato Russo, eu me dou conta de como as bandas de rock de hoje estão chatas.

Renato Russo, sempre exaltava o cotidiano, os sentimentos e as críticas em suas canções, se analisarmos, ele foi aos poucos deixando de se ver como o filho da revolução e o futuro da nação para simplesmente perguntar: “será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração?” Foi nessa mesma canção que ele me contou o que importa na vida quando chega a maturidade: “A gente quer é um lugar p’ra gente. A gente quer é de papel passado, com festa, bolo e brigadeiro. A gente quer um canto sossegado, a gente quer um canto de sossego”. E, assim, Renato Russo continua sendo a trilha sonora da minha vida, mesmo depois de quinze anos.

Quanto a carreira, a verdade é que Renato não gostava de fazer shows. Não tolerava a violência dos seguranças que agrediam os fãs. Ele também costumava dizer que, durante uma apresentação ao vivo, se sentia como estivesse fazendo amor com 10, 20, 30 mil pessoas ao mesmo tempo. E, depois, caía em depressão quando ia dormir sozinho em casa ou em um quarto de hotel. Ele sempre mencionou a questão da solidão, ele dizia "a solidão é o mal do século, cada um com sua arrogância, esperando por um pouco de afeição".


Essa banda conquistou o mundo, a Legião somou pouco mais de 12 anos de carreira. E deixou um legado imenso. Dá pena ver qualquer banda hoje em dia lançando DVDs comemorativos de 10, 15, 20 anos de carreira sem ter o que dizer. Aliás, nada a dizer...
Às vezes eu me pergunto o que Renato Russo estaria fazendo hoje se vivo fosse. Segundo o próprio, a partir dos 40 anos, faria cinema. Depois dos 60, seria escritor. Não deu tempo do cinema, nem de deixar um livro, mas deixou um legado incrivel, canções eternas e a TRILHA SONORA DA VIDA DE MILHARES DE PESSOAS!

domingo, 9 de outubro de 2011

41 anos da morte da espetacular Janis Joplin


 04 de outubro de 1970: Morre Janis Joplin, e o blues perde sua áspera voz branca

Janis Joplin. Reprodução

"Não saberia fazer de outra forma. E isto é a pura verdade. A exaustão faz parte de mim, até mesmo nas viagens que realizo. As pessoas ficam espantadas porque, mesmo nos ensaios, eu canto desta forma. Mas é a única voz que possuo. E é como sei fazerJanis Joplin.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

22 de setembro de 1897 - Guerra de Canudos: Chega ao fim a saga de Antonio Conselheiro

"Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer e se tiver sede, dá-lhe de beber, porque se isto fizeres, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem"(Antonio Conselheiro).

O Nordeste brasileiro no final do século XIX , estava à mercê da seca e da fome, a população carente vivia em total abandono por parte das autoridades. Foi nesse quadro social, que entrou em cena o beato Antonio Vicente Mendes Maciel, o Antonio Conselheiro. Disposto a lutar pela justiça social, contra o governo da Bahia, ele conseguiu em suas fileiras mais de 30 mil pessoas.

Sem a habilidade necessária para contornar a situação, o governo da Bahia passou a repreender as práticas do grupo com a força policial. Eclodiram inúmeros, e cada vez mais violentos, conflitos, fazendo com que, exaurido, o governo baiano pedisse a interferência da República em 1896. Essa também encontrou dificuldade para conter os lutadores(as). No início de 1897, foi necessário aliar às investidas do Exército um cerco militar que impedisse o grupo de sair em busca de alimento. Com a debilidade da comunidade, o massacre de Canudos passou a ser questão de tempo.

E no dia 22 de setembro acabava a saga de Antônio Conselheiro. Fragilizado fisicamente, morreu, segundo estudiosos, por estilhaços de uma granada. Considerado por renomados intelectuais da época como um desajustado mental, Antônio Conselheiro foi decapitado, depois de morto. E sua cabeça foi utilizada em estudos científicos.

Sem a égide de seu líder, em poucos dias, a comunidade de Canudos foi dizimada. O massacre foi tamanho que não foram poupados nem idosos, nem mulheres e nem crianças.