terça-feira, 11 de setembro de 2012

Hoje completa 39 anos do golpe contra Allende



Após resistir a duras investidas da Junta Militar Chilena que exigia sua saída da presidência do país, Salvador Allende matou-se com um tiro na boca. Seu corpo foi encontrado reclinado num sofá, sobre uma poça de sangue, numa das salas do Palácio de La Moneda.

Jornal do Brasil: quarta-feira, 12 de setembro de 1973

Os últimos meses que antecederam aquele 11 de setembro foram marcados por uma grave crise no Chile. A economia estava praticamente paralisada, em conseqüência de uma sucessão de greves e de uma inflação sem controle. Sem crédito no exterior, as importações caíram visivelmente, causando escassez de combustíveis e alimentos.

Esse panorama, fragilizou a esquerda de Allende. E o golpe se fez no mesmo dia de seu suicídio. A Junta que assumiu o controle do país, logo após a deposição do governo, prometeu devolver a nação à normalidade. Foi decretado o estado de sítio e o toque de recolher. Iniciava-se a ditadura militar do General Pinochet, que perdurou no poder autoritário por 17 anos, num período de barbárie, marcado por torturas, assassinatos e desaparecimento de cidadãos chilenos.


Para driblar a censura brasileira que exigia que nenhum alarde fosse feito na primeira página para o episódio, o JB ousou em criatividade e sagacidade numa capa que entrou para a História como uma das mais polêmicas editadas no período da ditadura. Nada de títulos garrafais, nem fotos abertas: a primeira página não contemplou manchete alguma, nem uma fotografia sequer; só texto. A morte do presidente chileno era o único assunto da primeira página do jornal numa extensa redação, emoldurada pelo habitual serviço de classificados.

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