quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ninguém precisa receber dossiês para saber quem é Yaoni Sánchez, diz dirigente do PT

Valter Pomar afirma que blogueira cubana não tem relevância e busca apenas repercussão midiática.


O dirigente nacional do PT e secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, falou ao Portal do PT sobre a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez e as acusações de veículos da mídia na tentativa de envolver o PT em uma suposta “conspiração” contra ela.
Pomar afirma que a ativista cubana busca repercussão midiática e que ela não tem relevância que justifique a realização de atos contra a sua presença no Brasil. Para ele seria melhor a tática de insistir para que Sánchez respondesse a uma série de perguntas demolidoras que colocam em cheque as suas ações e revelam a sua real posição política. 

Confira abaixo a entrevista com o dirigente petista:
Parte da mídia tem repercutido reportagem de uma revista, na qual se afirma que o PT teria sido convidado a participar de uma reunião na Embaixada de Cuba, onde teria sido distribuído um “dossiê” contra a blogueira e se articulado uma campanha contra a presença da blogueira cubanaYoani Sánchez no Brasil. Isto é verdade? 

Não, não é verdade. O PT não foi convidado, nem participou de nenhuma reunião com este propósito. Aliás, ninguém precisa receber dossiês para saber quem é Yoani Sánchez. Basta ler o que publicou a respeito dela a revista Veja, por um lado, e o site Opera Mundi, por outro lado. Alias, recomendo ler as 40 perguntas de Lamrani Salim para Yoani Sánchez em sua turnê mundial ( http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/27260/40+perguntas+para+yoani+sanchez+em+sua+turne+mundial.shtml). É demolidor. 

De toda forma, a passagem dela pelo Brasil tem provocado vários protestos e a grande mídia insiste em citar o PT, ou militantes petistas, como parte das manifestações contrárias à presença dela em nosso País. Qual a sua posição?
Esta senhora está fazendo uma tourné mundial. O que ela mais deseja é repercussão mídiatica. Acho que ela não tem relevância que justifique fazer atos contra a presença dela. Na minha opinião, não compensa. Até porque alguns desses atos podem acabar ajudando a mídia a apresentá-la como uma frágil vítima de gente que a estaria impedindo de falar. Penso que compensa muito mais insistir que ela responda as tais 40 perguntas que já citei, todas de autoria de Lamrani Salim. Por exemplo: Quem organiza e financia sua turnê mundial? Quem se esconde atrás de seu site desdecuba.net, cujo servidor está hospedado na Alemanha pela empresa Cronos AG Regensburg, registrado sob o nome de Josef Biechele, que hospeda também sites de extrema direita?  Como pôde fazer seu registro de domínio por meio da empresa norte-americana GoDady, já que isto está formalmente proibido pela legislação sobre as sanções econômicas? Por que cerca de seus 50 mil seguidores são na verdade contas fantasmas ou inativas? Você continua pensando que “havia uma liberdade de imprensa plural e aberta, programas de rádio de toda tendência política” sob a ditadura de Fulgencio Batista entre 1952 e 1958? 

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) tem participado de atividades com a presença da blogueira. Como vê essa participação?
O senador é maior de idade e vacinado, logo penso que ele não corre perigo. Como dirigente petista, acho um erro. E como seu eleitor, é claro que lamento profundamente que ele empreste sua credibilidade para uma pessoa como Yoani Sanchez. Espero, contudo, que Suplicy use suas táticas Columbo e consiga dela as respostas para perguntas tão simples como as que fez Lamrani Salim. Espero, especialmente, que Suplicy pegunte para Yoani se ela condena a imposição de sanções econômicas dos Estados Unidos contra Cuba? Se ela está a favor da extradição de Luis Posada Carriles, exilado cubano e ex-agente da CIA, responsável por mais de uma centena de assassinatos, que reconheceu publicamente seus crimes e que vive livremente em Miami graças à proteção de Washington? Se ela está a favor da devolução da base naval de Guantánamo que os Estados Unidos ocupam? Se ela é favorável à libertação dos cinco presos políticos cubanos presos nos Estados Unidos desde 1998 por se infiltrarem em organizações terroristas do exílio cubano na Florida? Quem sabe Suplicy não consegue dela as respostas para isto. Seria um grande favor que ele prestaria a verdade e, por tabela, a Cuba. Claro que, neste caso, a revista Veja acusaria o PT de ter conspirado contra a presença de Yoani, destacando Suplicy para acompanhá-la.
(Geraldo Ferreira - Portal do PT)

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