quinta-feira, 19 de abril de 2012

Suposto envolvimento de revista com bicheiro ganha destaque mundial no Twitter

Na última quarta-feira (18/4), um tuitaço com a hashtag #VEJABandida chegou ao 2º lugar nos Trend Topics Mundial. O movimento diz respeito ao suposto envolvimento da revista Veja com esquemas ilegais do bicheiro Carlinhos Cachoeira, flagrado na "Operação Monte Carlo", da Polícia Federal (PF).
A ação na rede social reflete as acusações, questionamentos e comentários de parlamentares e outros veículos de imprensa às tentativas da revista de abafar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), instaurada oficialmente nesta quinta-feira (19/4) para apurar as denúncias.

À IMPRENSA, o ator da TV Globo José de Abreu, uma das pessoas que ajudou a criar e divulgar a hashtag, explica que a ideia surgiu após conversas com amigos de várias áreas sobre a possível convocação de Roberto Civita, dono da Editora Abril, responsável pela Veja, para depor na CPMI e explicar as denúncias de possível envolvimento da publicação com o bicheiro. 

Nas conversas, os intelectuais lembraram outros episódios da imprensa em geral em que denúncias e acusações sem provas acabaram “destruindo” vidas de pessoas inocentes, como o famoso caso da Escola Base, de 1994, que “caiu no esquecimento”. Procurando “centralizar o que de ruim há na imprensa brasileira”, pensaram no tuitaço como forma protesto.
Crédito:Reprodução/Twitter
Hashtag chegou ao 2º no TT Mundial

A hashtag
O termo #VEJABandida surgiu quase que por acaso. Comentando sobre a última edição, o ator brincou que ficaria engraçada a frase ‘ai como eu tô bandida’ estampando a capa. “Alguém ligou uma coisa com a outra e o nome surgiu”, disse.


Reações
O deputado federal Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) fez um pronunciamento na manhã desta quinta (19/4), em plenário, sobre o assunto. Na sua opinião, esse movimento no Twitter é uma tentativa de inibir os órgãos da imprensa que vêm desempenhando um papel “excepcional”.
“Eu acho que isso foi uma tentativa orquestrada com viés político de tentar intimidar um órgão da imprensa justamente quando se iniciam os trabalhos da CPI”, disse o deputado. Segundo ele, não cabe utilizar uma CPMI para tentar cercear o trabalho de jornalismo investigativo da imprensa. “A CPMI que se instalou não é contra a imprensa, é contra as pessoas que lesaram a lei”, acrescentou. Para ele, todos que acreditam no papel da imprensa devem se “contrapor a essa tentativa (tuitaço contra  Veja)”.
Zé de Abreu
“Interneteiro” desde 1994, José de Abreu é muito ativo no Twitter e está quase sempre comentando os assuntos do dia, principalmente política. Com pouco mais de 32 mil seguidores, e seguindo por volta de dois mil, o ator explica que troca muita informação pela rede. Segundo ele, nunca houve problema algum com a Globo em função de seus comentários e posts na rede social.
Abreu diz que recebe muitos ataques de outros usuários, inclusive de jornalistas e colunistas, e diz não ficar triste por essa razão, mas por “no Brasil ter nível de jornalistas tão baixos”, em referência a posts de Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes, ambos de Veja. Segundo o ator, por diversas vezes os jornalistas o atacaram, negando seus méritos profissionais por causa de sua “opção política”. 

Fonte: Portal Imprensa
* Com supervisão de Vanessa Gonçalves

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