segunda-feira, 9 de abril de 2012

Documentos revelam que Honestino Guimarães foi espionado até a morte

Honestino acabou expulso da UnB em 1968, mesmo ano em que policiais civis o prenderam porque 'promove e orienta a ação subversiva' (Arquivo CB/D.A Press)

Se estivesse vivo, Honestino Guimarães teria completado 65 anos no dia último dia 28. Mas, em 10 de outubro de 1973, homens do Centro de Informação da Marinha encontraram o então estudante vivendo na clandestinidade, no Rio de Janeiro. Depois disso, não se sabe mais nada a respeito do ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB). Virou um desaparecido político, dado oficialmente como morto em 1994, mesmo sem o corpo. Quase 40 anos depois, o Correio localizou documentos nos arquivos da ditadura que mostram como os órgãos de repressão seguiram os passos do líder estudantil no período em que morou no Distrito Federal. Em pouco tempo, os militares o transformaram no principal alvo.

Honestino cursou o antigo científico no Centro de Ensino Médio (Elefante Branco) e no Centro Integrado de Ensino Médio (Ciem), para onde se transferiu em 1964, ano do golpe militar. Nessa época, integrava a Ação Popular (AP), organização política clandestina. Em 1965, antes de completar 18 anos, ele foi aprovado em primeiro lugar no vestibular para geologia da UnB. Logo tornou-se uma das principais lideranças contra a ditadura. Em função disso, acabou preso várias vezes. A primeira, em 28 de janeiro de 1966, graças à ação dos espiões do Serviço Nacional de Informações (SNI). A detenção de Honestino e de três colegas é relatada em dossiê com o carimbo “Secreto”: “(…) Presos enquanto distribuíam manifestos subversivos de ataque à Ditadura”.

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