domingo, 19 de fevereiro de 2012

Capoeiristasdo DF lutam para ganhar espaço nas escolas públicas

A capoeira está mais próxima de chegar às escolas públicas do DF. Deputados distritais e representantes de secretarias do GDF, ligados às questões culturais, decidiram na audiência pública realizada na tarde dessa quinta-feira (16), no auditório da Câmara Legislativa, criar um grupo de trabalho a fim de possibilitar o atendimento daquela reivindicação defendida pelos adeptos da capoeira.

Dezenas de praticantes da capoeira e da capoterapia (utilização do esporte com fins terapêuticos, sobretudo entre os idosos) acompanharam os debates que aconteceram na audiência pública promovida pelo deputado Wasny de Roure (PT). "Precisamos garantir condições para que a capoeira possa chegar às escolas públicas, pois temos que levar aos nossos jovens as vantagens da prática do esporte e o reconhecimento dos valores da cultura africana para a nossa sociedade", defendeu Wasny.

Também a deputada Arlete Sampaio (PT) destacou a importância da contribuição dos negros para a identidade cultural do nosso país. "A capoeira precisa chegar mais perto dos nossos jovens, que são atraídos pela sedução das drogas, como uma opção de educação e entretenimento", afirmou a distrital, ao enfatizar também que a atividade deveria alcançar ainda os centros olímpicos e unidades de saúde pública.


A deputada federal Erika Kokay (PT) manifestou também seu engajamento na luta para levar a capoeira a ser praticada como atividade educativa, em nossas escolas. "Essa decisão já deveria ter sido acatada há muito tempo pelos governos anteriores", cobrou a deputada. Ela disse que o atual governo deverá buscar meios para garantir a inclusão da capoeira nas atividades curriculares. "Uma decisão de valor inestimável", preconizou.

O secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Daniel Seidl, disse que a secretaria está de portas abertas para acolher e ajudar a “institucionalizar” a capoeira como política pública de Estado. “Vamos começar a analisar com carinho como vamos começar a inserir a prática da capoeira em projetos da secretaria”, afirmou.

Expansão - Embora o DF tenha sido uma das primeiras unidades da Federação onde a capoeira e a capoterapia se expandiram, como prática social, as dificuldades para se chegar às escolas públicas persistem. Essa foi a principal queixa apresentada na audiência pública pelo mestre Gilvan, presidente da Associação Brasileira de Capoterapia (ABC). "Nossas atividades no DF já beneficiam mais de 10 mil idosos, em cinco unidades, mas nossos praticantes não têm acesso às escolas para estimular os jovens", lamentou.

A representante da Secretaria de Educação, Adriane Leão Barbosa, reconheceu os problemas do governo para adotar a capoeira, como um programa educativo, em toda a rede. "Estamos fazendo um levantamento de todos os programas e esperamos que as atividades adotadas possam atingir a todas as regionais, em vez de experiências isoladas", garantiu.

Ao final do encontro, o deputado Wasny lembrou aos participantes que a Câmara Legislativa já possui uma Frente Parlamentar envolvida com a questão da capoeira, criada a partir de iniciativa do deputado Joe Valle (PSB), anunciando que os deputados deverão se reunir para buscar mais rapidez a fim de agilizarem a concretização da proposta dos capoeiristas do DF.

O deputado Evandro Garla (PRB) também informou que há projeto de sua autoria, em tramitação na Casa, que estabelece diretrizes para a prática da capoeira no DF. Ele defendeu que a luta para incluir a capoeira em políticas públicas seja de todos os parlamentares.

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