Pediatria do Hospital de Samambaia será reaberta

Foto: Marcello Casal Jr./ABr e Valter Campanato/ABr

SEGUNDO O SUBSECRETÁRIO DE SAÚDE, ELIAS MIZIARA (FOTO), UNIDADE ABRE AS PORTAS NO INÍCIO DESTA TARDE; MEDIDA VAI MINIMIZAR PROBLEMAS CAUSADOS À POPULAÇÃO PELA INTERDIÇÃO ÉTICA DA UNIDADE DE PRONTO-ATENDIMENTO DA CIDADE; MÉDICOS TEMPORÁRIOS SERÃO CONTRATADOS PARA ATENDER NA UNIDADE FECHADA PELO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA

Brasília247 – O governo do Distrito Federal anunciou medidas para remediar os transtornos causados à população pela interdição ética da pediatria da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Samambaia. No início da tarde desta quinta-feira (16), será reaberto o pronto-socorro pediátrico do Hospital Regional de Samambaia para diminuir a demanda de atendimentos nos hospitais de Ceilândia e de Taguatinga.

De acordo com o subsecretario de Saúde, Elias Fernando Miziara, também serão contratados 23 médicos temporários e 35 servidores para atender na UPA. “Amanhã deve ser publicada a relação dos médicos aprovados; em 10, 15 dias eles devem assumir a função na unidade”, afirmou em entrevista à BandNews FM. Com isso, os serviços de Pediatria da UPA serão reativados.

Elias explicou que a interdição ética determinada pelo Conselho Regional de Medicina do DF (CRM/DF), a pedido do Sindicato dos Médicos do DF, não alcança outros serviços prestados na UPA de Samambaia, como os da clínica médica e da odontologia. “Não se pode falar em fechamento da UPA quando apenas um das três atividades prestadas foi alterada.”

Os médicos pediatras não atuam na unidade desde segunda-feira (13). Eles estão impedidos de trabalhar no local pelo CRM/DF. O sindicato da categoria denunciou ao conselho a precariedade das condições de trabalho desses profissionais. As entidades estabeleceram prazo ao governo até o dia 13 para apresentar propostas de melhorias. Como isso não ocorreu, os servidores optaram em cruzar os braços.

Em nota, o CRM/DF afirma que “a Secretaria de Saúde do Distrito Federal tem sido repetidamente notificada dos problemas existentes na UPA desde que ela foi inaugurada, há um ano. Nunca foram tomadas medidas efetivas para resolvê-los”. É dito, ainda, que “a interdição ética é o último recurso adotado para que o GDF tome as medidas necessárias ao cumprimento de sua obrigação de oferecer serviço de saúde adequado à necessidade da população”.

Ceilândia e Taguatinga

Enquanto a situação de atendimento à saúde em Samambaia parece ter sido contornada, a população sofre para ser recebida nos hospitais de Ceilândia e Taguatinga. Com a interdição da UPA, a demanda cresceu nessas duas unidades e os profissionais de saúde reagiram ao aumento dos atendimentos. Na madrugada quarta-feira (15), os funcionários do Hospital de Taguatinga pararam as atividades durante uma hora em protesto.

Médicos do Hospital de Ceilândia denunciaram ao sindicato da categoria que na terça-feira (14), 15 cirurgias não ocorreram por falta de roupa adequada. A acusação ainda não foi oficializada ao governo, mas o sindicato agendou reunião com os profissionais de saúde para depois do carnaval.

Sobre a possibilidade de interditar o hospital, o subsecretário de Saúde, Elias Miziara, é enfático. “O CRM não pode, de uma hora para outra, chegar e fazer uma ação dessas; pediremos de imediato a intervenção do próprio conselho”, disse.