quarta-feira, 27 de julho de 2011

Kaká e Corinthians lideram ranking de seguidores do Twitter

O meia Kaká, do Real Madrid, segue como o jogador mais popular do Twitter. De acordo com pesquisa da Trevisan Gestão do Esporte, ele é o atleta com o maior número de seguidores entre os jogadores do futebol no microblog. Kaká já soma 4.447.100 seguidores. Cristiano Ronaldo, companheiro do meia no Real Madrid, é o segundo da lista, com 3.228.661, seguido porRonaldinho Gaúcho, do Flamengo, com 1.496.522.
A pesquisa, feita entre os dias 7 e 13 de junho, também apontou os técnicos e os clubes mais seguidos na rede social. Entre os times brasileiros, o líder é o Corinthians com 438.151 seguidores. Logo atrás estão o São Paulo (340.518) e o Flamengo (339.246).
Já entre os estrangeiros, os líderes do ranking são Real Madrid, da Espanha (1.855.523 seguidores); Barcelona, também da Espanha (820.619) e Arsenal, da Inglaterra (730.546).
Na lista de técnicos, Mano Menezes aparece disparado na ponta com 1.867 milhão de pessoas. Depois vem flamenguista Vanderlei Luxemburgo, com 238 mil.
O estudo ainda mostrou o crescimento dos atletas e times em relação ao primeiro levantamento, feito em janeiro deste ano. O jogador brasileiro com maior destaque é Alex, do Fenerbache (TUR), que cresceu 190%. Dentre os estrangeiros, o destaque foi para Gerard Piqué, com aumento de de cinco vezes o número de seguidores do perfil, contando quase 950 mil.
Na lista de times, o São Paulo e Barcelona chamaram a atenção. O clube paulista teve crescimento superior a 175% de janeiro até junho, enquanto a equipe espanhola chegou a 625% de aumento nos seguidores.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sai novo filme de Almodóvar: "A Pele Que Habito"

O diretor Pedro Almodóvar (em pé) e o ator Antonio Banderas trabalham juntos no set de La piel que habito
"A Pele Que Habito" foi exibido pela primeira vez no Festival de Cannes, em maio, e está previsto para chegar aos cinemas brasileiros em setembro. O longa retoma a parceria entre Almodóvar e Antonio Banderas, que haviam trabalhado juntos em "Ata-me!" (1990).
Com roteiro baseado no romance "Tarântula", do francês Thierry Jonquet, o filme conta a história de Robert Ledgard (Banderas), um cirurgião plástico que usa uma mulher como cobaia na tentativa de criar a pele sintética perfeita. Sua obsessão começa depois que sua mulher morre queimada em um acidente de carro.

Ateus espalham outdoors polêmicos em ruas de Porto Alegre (RS)

Confira e tire suas próprias conclusões

"Religião não define caráter." "Somos todos ateus com os deuses dos outros." Com mensagens como essas, outdoors elaborados por uma associação que reúne ateus começaram a ser espalhados por Porto Alegre.

O objetivo, segundo a entidade, é combater o preconceito contra quem não acredita em nenhum deus. A campanha já vinha sendo realizada em diversos países, com anúncios em ônibus, há dois anos.

No Brasil, a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos diz que empresas de transporte de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e São Paulo rejeitaram a proposta de publicidade, feita no final do ano passado.

Os motivos alegados eram desde conteúdo ofensivo até o veto a mensagens que estimulem a "discriminação de credo". "Chegamos a contratar o serviço. Mas, na última hora, disseram que não ia rolar", conta o presidente da entidade, Daniel Sottomaior.
Reprodução
Imagem divulgada em outdoors na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; mensagem causa polêmica
Imagem divulgada em outdoors na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; mensagem causa polêmica
A solução encontrada foi usar os outdoors convencionais. Quatro já foram fixados por ruas da capital gaúcha. O gasto, estimado em R$ 7.000, foi bancado por doadores da entidade. Porto Alegre é a primeira capital no país a receber a iniciativa. A expansão para outras cidades vai depender de mais doações.

A campanha gerou polêmica em outros países. Na Inglaterra, em 2009, foram publicadas mensagens dizendo: "Deus provavelmente não existe". A associação brasileira diz que a iniciativa busca a "igualdade plena" entre ateus e religiosos.

Fonte: Folha.com

Confira as manchetes dos principais jornais de hoje

Jornais nacionais
O Estado de S.Paulo
Em SP, taxa de homicídios é a menor em 46 anos
O Globo
Chefe do Dnit cai, e Dilma exige substituto ficha-limpa
Valor Econômico
Incerteza sobre a dívida dos EUA eleva tensão no mercado
Correio Braziliense
Depressão, o mal que avança sobre o Brasil
Zero Hora
Dólar atinge menor cotação em 12 anos
Brasil Econômico
Economia aquecida atrai maior número de imigrantes ao país
*
Jornais internacionais
The New York Times (EUA)
Estudos sobre recessão apontam que hispânicos são mais afetados
The Guardian (Reino Unido)
Assassino em massa norueguês diz que mais pessoas morrerão
Le Monde (França)
Estados Unidos se reaproximam de calote à dívida
El País (Espanha)
Cataluña fecha em agosto dezenas de centros de saúde devido a cortes

segunda-feira, 25 de julho de 2011

TRE cassa mandato de Raad Massouh por irregularidades na campanha de 2010


Publicação: 25/07/2011 Correioweb
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o mandato do deputado distrital Raad Massouh (DEM) nesta segunda-feira (25/7). O julgamento do parlamentar sobre as contas no TRE terminou com um placar de cinco votos contra um. Raad teve as contas de campanha desaprovadas pelo TRE em 2010. Segundo o procurador regional eleitoral do DF, Renato Brill, ele cometeu ilicitudes na captação e no uso de recursos na campanha. A decisão cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Entre as irregularidades identificadas pelo procurador está o recebimento de R$ 30 mil oriundos de uma empresa de veículos criada no mesmo ano do pleito. O artigo 16 da Resolução nº 23.217 da legislação eleitoral veda tal prática (leia O que diz a lei). Além disso, Brill questiona a falta de recibo eleitoral e documentação dos carros utilizados durante a corrida pelos votos. Segundo o Ministério Público, o candidato havia declarado as despesas com combustível e lubrificantes, mas não mencionou os automóveis na prestação de contas. 

As irregularidades somam R$ 34 mil — ou 25% dos R$133.845 declarados. “Entender que esse percentual representa irregularidade pequena, como quer fazer parecer a defesa, equivale a reforçar a tese de que a prestação de contas de campanha eleitoral é um procedimento de faz de conta”, afirma Brill. Segundo ele, nesse caso, o princípio da moralidade administrativa foi afetado.

Risomar Carvalho entrega nova iluminação da Quadra de Esportes da QR 203


No sábado, 23/07/2011, mais uma quadra de esportes de Samambaia foi iluminada, sendo a quarta em 2011. Dessa vez foi a da QR 203, na qual foram instalados seis postes de concreto de 16 metros, com quatro lâmpadas de 400 watts cada, totalizando 9602 watts de luminosidade na Quadra de Esportes e arredores.
“Isso é bom porque podemos jogar bola até mais tarde. Antes a gente chegava do trabalho e não tinha como bater uma pelada com a vizinhança”, dizem os moradores. Outro aspecto favorável é a segurança proporcionada pela iluminação pública, já que essas lâmpadas clareiam também a entrada da quadra e dos conjuntos.
“Nosso foco é investir na melhoria da qualidade de vida da população”, diz o administrador Risomar Carvalho. “Com o pouco recurso que temos  para esse ano estamos resolvendo questões essenciais da infraestrutura urbana, como as vias de ligação entre as quadras, acessos, estacionamentos e melhorias na iluminação pública. Iluminando essa Quadra de Esportes melhoramos a segurança da área e ampliamos as opções de lazer”, conclui.

domingo, 24 de julho de 2011

Encontro Mundial de Blogueiros em outubro no Brasil

Está confirmado o 1º Encontro Internacional de Blogueiros, de 28 a 30 de outubro, em Foz do Iguaçu. O evento vai discutir “O papel da globosfera na construção da democracia”.

São esperados internautas dos Estados Unidos, Europa, Ásia, África e América Latina.

Dentre os convidados internacionais estão o francês Ignácio Ramonet, criador do jornal Le Monde Diplomatique; o espanhol Manuel Castells, autor de diversos livros sobre a cultural digital; a norte-americana Amy Gooldmann, responsável pela rede “Democracy Now”; o espanhol Pascual Serrano, blogueiro e fundador do sítio Rebelion; o blogueiro cubano Iroel Sanches; o coordenador da campanha de Ollanta Humala (Peru), Elvis Moris; o argentino Pedro Bringler, blogueiro e diretor da TV Pública da Argentina.

Há grande expectativa mundial sobre o Encontro Internacional de Blogueiros, uma vez que um dos principais convidados internacionais é o Julian Assange, criador do Wikileaks.

Wikileaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos que publica em seu site posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. Pela importância e repercussão que teve no mundo nos últimos meses, o Wikileaks e a forma como os governos e empresas de comunicação tratam as informações, devem ser alguns dos principais temas a serem debatidos no Encontro Internacional de Blogueiros.

Sobre o papel da “Globosfera no Brasil” deverão dividir mesa de debate: Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada); Luís Nassif (Blog do Nassif); Hidegard Angel (blogueira carioca); Esmael Morais (blogueiro paranaense).

Nesta semana, o blog oficial do 1º Encontro Internacional de Blogueiros deverá entrar no ar com a programação e dicas de hospedagens em Foz do Iguaçu.

Em seis anos, 189,6 mil pessoas no DF ingressaram na classe C


Publicação: 24/07/2011 Correioweb
 O advento da nova classe média, nome dado ao grupo de brasileiros que despontou com grande potencial de consumo na esteira da prosperidade econômica do Brasil nos anos 2000, também deixou sua marca no Distrito Federal. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), que analisou o fenômeno a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em um período de seis anos, 189,6 mil moradores do DF passaram a integrar a classe C, patamar de renda que engloba famílias cujos ganhos mensais ficam entre R$ 1,2 mil e R$ 5.174. Isso significa que 1,16 milhão dos habitantes de Brasília e regiões administrativas se enquadram nessa categoria.

O crescimento do poder de compra dessa parcela da população tem nuances no Distrito Federal que merecem destaque. O funcionalismo público é responsável por grande parte dos empregos locais e isso inclui trabalhadores da classe C. Por gozarem de estabilidade, esses consumidores têm acesso mais fácil ao crédito e, principalmente, a financiamentos de longo prazo. “O integrante da classe C brasiliense facilmente está se comprometendo com a compra de bens que são caros, como carros e apartamentos”, destaca o consultor de varejo Alexandre Ayres, da empresa Neocom.

São pessoas como o policial Leonidas de Almeida, 39 anos, que está distante apenas 12 prestações de quitar a casa própria em Taguatinga. A boa maré financeira e as condições facilitadas de pagamento permitiram à família de Leonidas adquirir não apenas o imóvel. “Nos últimos anos, compramos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, mas agora chega. Não queremos fazer mais dívidas até terminar de pagar a casa”, diz. A prudência, no entanto, não impede o policial de fazer planos para o futuro: quando ficar livre dos compromissos atuais, ele quer trocar de carro.

Ascensão aguda
Na visão de Alexandre Ayres, casos como o de Leonidas ilustram o fato de que, no DF, a melhora na qualidade de vida proporcionada por transformações como aumento de emprego e renda no país deram margem ao desenvolvimento de uma classe C que possui afinidades com a classe média dos patamares A e B. “Brasília tem uma ascensão social muito aguda”, diz. O economista Marcelo Neri, da FGV, reforça que o Distrito Federal tem características peculiares. “Brasília não é uma cidade classe C, mas A ou B. Acompanhou o movimento nacional de ascensão da nova classe média, mas com menos força”, avalia.

Neri ressalta que, enquanto no DF o segmento C passou de 37,99% para 45,37% da população entre 2003 a 2009, no Brasil o salto foi de 37,56% para 50,44% no mesmo período. Estudos mais recentes dão conta de que, no país, a classe C já representa mais da metade da população.

Ainda que em menor escala, os impactos do aumento da representatividade da classe C são visíveis no Distrito Federal, principalmente nas áreas periféricas. O economista Júlio Miragaya, diretor de Gestão de Informações da Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan), diz que levantamentos relativos à Pdad feitos este ano revelaram profundas diferenças face aos dados de 2004, que até o fim de 2010 eram os mais recentes disponíveis.

“Até o momento, a Pdad só foi aplicada em 13 regiões administrativas. Mas indicadores indiretos nos permitem afirmar que esse estrato foi muito beneficiado pelas mudanças no panorama econômico do país”, afirma Miragaya. O economista cita como exemplos a forte presença do comércio nas RAs pesquisadas — em média, ele tem respondido por 30% dos empregos — e o fato de estar aumentando a quantidade de pessoas que trabalham no próprio local de residência, sem necessidade de procurar postos no Plano Piloto. “É sinal de que houve aquecimento da economia nessas regiões”, destaca.

Serviços
O consultor de varejo Alexandre Ayres chama a atenção para outro setor beneficiado pelo advento da nova classe média além do comércio: o de serviços. “Com a melhoria de renda, uma das primeiras coisas que as pessoas têm feito é colocar a saúde em dia. Portanto, têm recorrido mais a médicos particulares e planos de saúde. Os salões de beleza são outro filão que cresceu muito”, comenta.

Gravida há três meses, a representante comercial Elaine Cristina Palmeira, 30 anos, tornou-se usuária de um plano de saúde há pouco mais de 30 dias. “Antigamente eu pagava por fora quando tinha de ir a um médico, pois só tinha necessidade de vez em quando. Agora, por causa dos exames e do acompanhamento, ter esse recurso vale muito mais a pena. Eu e meu marido teremos que apertar um pouco o orçamento, mas damos conta”, diz.

Musa Cruvinel, 41 anos, é gerente de um estabelecimento em Taguatinga que aluga roupas de festa, atividade considerada prestação de serviços. Ela confirma que o movimento de clientes tem crescido nos últimos anos. “Alguns meses são mais fortes que outros no nosso ramo, mas de maneira geral as pessoas estão gastando mais”, afirma. Para Musa, o cuidado ao escolher detalhes e acessórios aponta que a qualidade passou a ser mais valorizada pelos clientes. “Apesar de querer levar um produto de preço acessível, as pessoas procuram o que é bom”, explica.

Nos últimos anos, a comerciante Alvina de Souza, 47 anos, fez conquistas importantes. A casa recebeu novos móveis, as roupas e os sapatos passaram a ser adquiridos com maior frequência. Além das compras, Alvina vai mais ao salão de beleza. “Minha qualidade de vida melhorou 80%”, diz, orgulhosa. Após tantas transformações, a rotina da família também mudou. “Estamos comendo mais fora de casa e compramos um carro zero. Apesar de ser financiado, já pagamos nove meses. É o terceiro na garagem.”, conta.

sábado, 23 de julho de 2011

Risomar Carvalho promove mais uma Ação Comunitária

A primeira Ação Comunitária Samambaia/DF foi realizada pela Administração Regional e 11ºBPM no dia 06/02/2011, na Praça da QR 207. Com essa, ocorrida em 23/07/2011, na Escola Classe 831, são cinco. Em cada uma, centenas de atendimentos às necessidades sociais de saúde, beleza, educação, lazer, segurança, justiça, infraestrutura urbana... Mas, especialmente, muito diálogo da comunidade com agentes dos órgãos públicos atuantes na cidade.
Para o administrador Risomar Carvalho, “é prazeroso realizar essa ação. Os órgãos aderem satisfeitos. Temos aqui representantes das Regionais de Ensino e Saúde, OAB Samambaia, Comissão dos Direitos Humanos, Conselhos, Justiça Comunitária, Polícias, Empresas e Organizações da própria comunidade, numa integração valiosa”.

“A Ação Comunitária Samambaia foi idealizada a partir de operações repressivas da Polícia Militar no combates ao tráfico e uso de drogas em Samambaia. Precisamos atuar mais de modo preventivo, intensificando o diálogo com a sociedade a fim de promover a paz”, explica o Tenente Coronel Lima Filho, comandante do 11º BPM/DF. A 6ª Ação Comunitária Samambaia ocorre no final de agosto próximo, na quadra 510.

O imortal Chico Buarque

Arthur Nestrovski - O Estado de S.Paulo
Não tenha pressa. A arte é longa e a vida é breve, essas canções vão durar pra sempre e nosso tempo é curto (como diz o narrador-personagem da faixa 3), mas por isso mesmo não pode haver meia hora melhor gasta do que essa, ouvindo cada história, cada pequeno romance, cada poema cantado, com a devida atenção.
Marcos de Paula/AE
Marcos de Paula/AE
Ouvir com atenção, por sinal, é o que as canções mais pedem; e era disso mesmo que falava Chico numa notória entrevista de 2004, sobre "o fim da canção". Na sequência, em 2006, o próprio Chico lançou o CD Carioca, que já bastaria para reforçar a aposta na canção como forma de arte brasileira.
Cinco anos e um romance (Leite Derramado) depois, Chico chega ao Chico; e dizer que ele chega a si não seria nada justo, depois de o Chico ser o Chico há tanto tempo. Mas o depuramento e ao mesmo tempo o virtuosismo, o controle e o puro prazer de escrever letra e música, e de cantar canções, chega aqui a um ponto que faz por merecer a simplicidade definitiva do próprio nome - um dos nomes mais comuns no Brasil, mas que há muito tempo, dito assim, solto, todo mundo sabe que só pode ser o Chico Buarque.
Ninguém como ele mesmo percebe melhor a diferença entre esse Chico público, um espírito da música e da poesia que hoje virou patrimônio coletivo, e o homem íntimo, que se confronta com o papel em branco a cada vez que vai escrever uma letra. O tema da duplicidade, somado à comédia ou farsa da celebrização, já era o grande assunto do romance Budapeste; e ganha agora outra versão em Rubato, parceria com o baixista Jorge Helder.
Rubato (italiano para roubado) é um termo técnico, uma indicação para tocar fora do pulso metronômico exato. A ironia já começa aí, porque nessa canção a melodia de mil ângulos imita ritmos imprevisíveis da fala, e só quem estiver bem a tempo será capaz de não perder o rumo expressivo do canto. Que o poeta também tenha sido capaz de achar uma sílaba precisa para cada nota constitui outra façanha. Mas a maior ironia se vai ver mesmo na letra.
Na primeira estrofe, o poeta diz à sua Aurora para vir depressa ouvir, antes que "um outro compositor... roube e toque e troque as notas no songbook", estragando tudo e expondo o seu amor na televisão. Isso só para na segunda estrofe o mesmo apelo para ouvir "nossa música" já vir da parte de quem está "roubando de outro compositor". A essa altura, Aurora virou Amora, que vai virar Teodora na terceira estrofe, composta, quem sabe, por um segundo ladrão, que terá seus cem anos de perdão, à medida em que as canções forem se transformando umas nas outras, como afinal se transformam todas as canções.
No extremo oposto do CD, a própria canção se recria, ou se rouba, agora em forma de irresistível samba, Barafunda: "Era Aurora/ Não, era Aurélia/ Ou era Ariela/ Não me lembro agora..." E quem será que está ali cantando, nessa canção em que mulheres apaixonantes do passado - incluindo, impossivelmente, a Ariela de Benjamin - vão se confundindo com grandes craques de futebol, em lembranças mal desfiadas que também abrem espaço para fulgurações da História e exultações de carnaval?
Alguém tem dúvida? Só pode ser aquele campeão do esquecimento seletivo, o inesquecível ancião Eulálio, de Leite Derramado, cujo monólogo vê-se agora roubado e transformado em samba-do-crioulo-doido, em que se cruzam paixão, futebol e política. Mas este é um Eulálio feliz, reencarnado em Elza Soares (já que a canção cita diretamente Dura na Queda, escrita para Elza) e com direito até a uma aparição da musa Maristela.
Em retrospecto, a forma do disco se desenha assim, em espelho. São oito canções de amor, de Rubato (que alude a Budapeste) a Barafunda (que evoca Leite Derramado). Cada uma num gênero:
Faixa 2: marchinha - marchinha de vanguarda, mas marchinha, com banda de coreto e tudo.
Faixa 3: blues, introduzindo outro grande tema do disco: a paixão do homem mais velho pela menina moça. Em Garota de Ipanema, como em Bolero Blues, essa era uma paixão sonhada, frustrada. Agora, vivida e assumida, sem se levar a sério demais, com uma leveza e uma graça que dão encantamento a quase tudo no disco.
Faixa 4: baião de vanguarda, modulando cromaticamente por meio-tom, mas baião. Uma canção meio sem gênero, quase recitativo, que vai sonhando com um baião até que consegue virar o próprio.
Faixa 5: misto de choro-canção e chanson francesa, narrador e narrada cantando afinal juntos, namorando em tom maior, cromatismos e curvas, delícia. Participação mais que especial da cantora Thais Gulin.
Faixa 6: adágio jobiniano, o nome fala por si: Sem Você 2, melodia plangente e harmonias que vão caindo, caindo, caindo.
Faixa 7: Samba de gafieira, parceria com Ivan Lins, aqui com a participação vocal do impagável Wilson das Neves.
Faixa 8: valsa russa, em que Chico incorpora o Google Maps ao acervo da nossa lírica (assim como já introduzira o orelhão, em Bye, Bye Brasil e a secretária telefônica em Anos Dourados, sucessivos avanços na tecnologia do recado amoroso).
Os arranjos, sempre na mão de Luiz Cláudio Ramos, sutilizam o mundo sonoro dos últimos três discos, de modo ainda mais concentrado e discreto. As canções, quase todas, não são cantadas mais do que uma única vez, do começo ao fim e pronto. Cada uma é como um poema num livro, que se pode ler quantas vezes quiser, mas nem por isso precisa ser grafado de novo.
Essas oito canções, passando de uma a outra como contos de Sheherazade, ficam emolduradas pela primeira e última do disco. Tanta delícia de compor e cantar, tamanho gosto de vida, espalhados entre as faixas 2 e 9, ficam postos em devida perspectiva com essas outras duas, que vêm antes e depois.
O disco abre com uma toada, Querido Diário, entoada por um personagem que entra de cara para o acervo das grandes criações do Chico, captando disfunções sociais do Brasil com uma antena que só ele tem. Ganha voz agora o miserável que vai pelas ruas, recebendo "fica com Deus", traçando seus descaminhos pela cidade, acompanhado de um cachorro, pensando em "ter religião" e amar uma mulher "sem orifício", amando obscura e violentamente uma companheira de carne e osso, afinal castigado a porretes pelo "inimigo", mas resistindo a tudo, "macio".
Nesse ponto, cabe um comentário musical. Cada uma das cinco estrofes começa em dó maior, vai traçando um percurso cromático, primeiro para cima e depois para baixo, e termina em dó menor (na palavra "sozinho", por exemplo, final da primeira estrofe; ou "pedaço", no final da segunda). Tonalidades maiores tendem a soar mais abertas, luminosas, positivas; tonalidades menores são o contrário. E no arco do disco o que se escuta na última faixa, um afro-samba em parceria com João Bosco, fará a versão espelhada dessas modulações.
As harmonias, nesses casos, precisam ser compreendidas junto com as letras, que elas ao mesmo tempo refletem e nutrem. O disco começa por um fim, por onde estamos agora: a miséria escancarada, em cada esquina. Na alegoria musical encenada por esses dó maior e dó menor, a aparente "cordialidade" das circunstâncias - aqui cantadas em dó maior - pede para ser compreendida naquele contexto identificado desde a década de 1930 pelo pai do Chico, um contexto caracteristicamente brasileiro, marcado pelo recalque de suas próprias violências - ressoando em dó menor. Algo se esconde nas alegrias reais ou assumidas do dó maior: são as dores do dó menor, e o balanço entre uma e outra tonalidade parece ali realizar em termos puramente musicais uma oscilação de fundo na nossa formação.
O disco termina por onde tudo começa: na trama da escravidão, núcleo recalcado de violências que vão se repondo, sem fim, na história do país. A cena é chocante: quem canta é um negro preso ao tronco, prestes a ser açoitado e cegado pelo senhor de engenho, depois de ter visto (ou não visto) sua "sinhá" nua no açude.
Leite Derramado já explorava obsessivamente as formas como a herança da escravidão se dispersa e se recalca, e continua por aí, em mil nuances, reconhecidas ou não. Continua inclusive aqui, no "cantor atormentado" que surge na última estrofe e revela o segredo inconfessável da história: é ele mesmo o "herdeiro sarará/ do nome e do renome/ de um feroz senhor de engenho" e, bem lá na origem escondida de tudo, herdeiro "das mandingas de um escravo/ que no engenho enfeitiçou Sinhá".
Só um compositor tão ciente de seus meios, seja na música seja na poesia, arma suas invenções assim. Tudo está posto: o Brasil se entende, afinal, nessas canções. Que elas sejam também criadas sobre uma simples alternância entre tom maior e menor, dá a dimensão do Chico compositor, do incrível criador de canções, em que poesia e música estão indissoluvelmente ligadas.
Haveria muito mais para ser dito. Valeria a pena chamar a atenção para os vários momentos em que as canções como que deixam de ser canções cantadas, retornam ao ritmo natural da fala, só para voltar depois, gloriosamente à música. Valeria também a pena falar das rimas ( "sobra/ abóbora", "pinta a boca e sai/ take your time") e das palavras e expressões preciosas ("Cazaquistão", "a mó de me quebrar"). Valeria muito a pena estudar as artes do cantor Chico Buarque. Quase ninguém escande musicalmente uma letra como ele. Ampliando uma sílaba aqui e encurtando outra ali, acentuando ou amaciando palavras, Chico nesse disco dá uma verdadeira aula.
Mas o tempo, como disse o cantor da faixa 3, é curto, a vida breve e a arte é longa. Dizer que neste Chico o Chico chega a si seria injusto. Mas dá para ver o disco como um renovado resumo dos principais temas e principais recursos musicais e literários do compositor, escritor, poeta e cantor Chico Buarque ao longo dessas últimas duas décadas, marcadas pela publicação de quatro romances intercalados com três discos. Quem acompanhou essa produção sabe o que representa, como expressão de nós mesmos e estímulo para pensar e viver o Brasil.
Quem não guardou essas canções e romances para si, quem não fez do que o Chico fez um acervo pessoal e precioso? Cada um de nós se tornou, com ele, o ghost-compositor de canções que não são mais só dele, são de todos nós e de nenhum de nós. Este novo Chico nos confere mais uma vez o privilégio de ser, por meia hora e eternamente, Chico Buarque. Cada um de nós, por meia hora, será Chico Buarque cantando tormentos e glórias, festejando o que pode ser festejado e cuidando do que pede atenção. A penúltima palavra fica com o velho cantor: "salve este samba/ antes que o esquecimento/ baixe seu manto/ seu manto cinzento". E a última palavra, e o último dó, nos leva de novo até o começo, para repetir o trânsito por este disco sem fim.
ARTHUR NESTROVSKI É DIRETOR ARTÍSTICO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO
PAULO (OSESP). COMPOSITOR E VIOLONISTA, LANÇOU, ENTRE OUTROS, OS DISCOS JOBIM VIOLÃO E CHICO VIOLÃO (BISCOITO FINO) E OS LIVROS NOTAS MUSICAIS E OUTRAS NOTAS MUSICAIS (PUBLIFOLHA)

Acesso a medicamentos para hipertensos e diabéticos quadruplica no DF


Publicação: 23/07/2011 Correioweb

O acesso a medicamentos para diabéticos e hipertensos quadruplicou no Distrito Federal de janeiro a junho deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo o órgão, o crescimento ocorreu após a gratuidade dos remédios nas farmácias populares para essas doenças crônicas. Antes de fevereiro, os produtos eram oferecidos com até 90% de desconto.
Remédios gratuitos podem ser resgatados nas unidades da Farmácia Popular, como a de Sobradinho (Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
Remédios gratuitos podem ser resgatados nas unidades da Farmácia Popular, como a de Sobradinho

Em janeiro de 2011 — quando a portaria referente aos remédios sem custo ainda não tinha sido publicada —, 2,3 mil diabéticos pegaram medicamentos na rede pública do DF. Em junho, o número subiu para 9,4 mil. A mesma situação ocorreu com os hipertensos. A quantidade de beneficiados saltou de 4,2 mil para 18,9 mil no período analisado.

De acordo com o estudo de Vigilância de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, cerca de 88 mil pessoas na capital federal têm diabetes. Com a gratuidade integral, pelo menos 10,7% já pegam nas farmácias da rede pública o medicamento sem custos. Entre os hipertensos, o número de pacientes que procuram remédios grátis é mais tímido: apenas 4% dos 462 mil usam o benefício. O quadro de hipertensos do DF é composto por 18,1% de mulheres e 28,8% de homens.

Credenciadas
A capital federal conta com 46 farmácias privadas credenciadas ao programa do governo federal Aqui Tem Farmácia Popular e uma unidade própria em Sobradinho. Nelas, 24 tipos de medicamentos para hipertensão e diabetes são oferecidos sem custos. Eles são identificados pelo princípio ativo ou pelo nome genérico. Os pacientes interessados em conseguir o remédio devem procurar as unidades registradas portando CPF, documento com foto e receita médica.

Em todo o país, mais de 2,2 milhões de brasileiros usam a medicação gratuita distribuída pelas farmácias populares. O crescimento do acesso de janeiro a junho foi de 168%. A hipertensão atinge 23,3% dos brasileiros e a diabetes, 6,3%.


Destaque em tratamento
O Setor de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) atende, em média, 1.400 pacientes por mês. Há 22 anos, é destaque no atendimento a pacientes com neuropatias que afetam pés e pernas. No Ambulatório do Pé Diabético, eles são acompanhados e recebem curativos e orientações, evitando a amputação. O hospital se destaca também por ser o primeiro do Brasil a possuir ambulatório de sistema de infusão contínua de insulina. Desde a inauguração do espaço em 2008, 58 pacientes colocaram a bomba de infusão. O sistema fica ligado ao corpo 24 horas por meio de catéter e ajusta a dose de insulina conforme a necessidade, acabando com os picos de glicemia no sangue. A próxima meta do hospital é a implantação do ambulatório para diagnóstico precoce da neuropatia autônoma cardíaca, que atinge de 25% a 30% dos diabéticos e que, se não for diagnosticada, pode levar ao infarto.