quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cotas para negros no serviço público


A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse hoje (21) que o governo avalia a proposta de criar cotas para negros no serviço público. De acordo com a ministra, as discussões estão “em fase muito inicial” e a expectativa é de que até o final do ano seja possível finalizar uma proposta para ser apresentada à presidenta Dilma Rousseff.

Questionada se em alguma ocasião a presidenta Dilma manifestou sua posição sobre as cotas para negros no serviço público, a ministra Luiza Bairro respondeu que não, mas lembrou que a presidenta tem defendido as ações afirmativas.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Corinthians acerta com Caixa Econômica como patrocinador master até 2014


O Corinthians acabou de anunciar que acertou com a Caixa Econômica como patrocinador master até 2014. Os valores do acordo não foram informados pela nota divulgada pelo clube em seu site oficial.
O Corinthians marcou um evento para esta terça-feira às 11h no Museu de Futebol para explicar os detalhes do acordo com a Caixa Econômica.
A entrevista coletiva contará com a presença do presidente do Corinthians, Mário Gobbi Filho, do vice-presidente Luis Paulo Rosenberg e do diretor de marketing Ivan Marques. Pela Caixa Econômica Federal, estarão presentes o.vice-presidente de Atendimento e Negócios, José Henrique Cruz, e o diretor de Publicidade e Marketing, Clauir Santos. 
Durante o evento serão apresentados os novos uniformes que o Corinthians passará a usar a partir do jogo contra o Santos, no próximo sábado, no Pacaembu. Com contrato até dezembro de 2014, a Caixa estampará a camisa do Corinthians durante o Mundial de Clubes, no Japão, em dezembro.

GDF autoriza concurso para o Metrô-DF


Serão oferecidas 232 vagas em diversas especialidades. Medida atende reivindicação antiga da companhia

Foi autorizada, na edição desta segunda-feira (19) do Diário Oficial do Distrito Federal, a realização de concurso público para completar o quadro de pessoal da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF). Serão oferecidas, pelo menos, 232 vagas e cadastro reserva, que será definido no edital.

A medida atende a reivindicação do Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô DF) pela contratação de funcionários para suprir necessidades em diversas áreas da companhia.

PARCERIA COM BID TRARÁ MAIS R$ 1 BI PARA O GDF


sábado, 17 de novembro de 2012

Lula participa de debate com jovens sul-africanos


Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Lula se encontrou hoje (17) com cerca de 30 lideranças jovens e ativistas sociais sul-africanos, em um debate promovido pela Fundação Steve Biko, uma entidade dedicada a preservar a memória da luta contra o apartheid e debater assuntos políticos, sociais e econômicos da África do Sul, e a incentivar a participação da juventude no processo político.
O encontro foi mediado pelo analista político e apresentador sul-africano Eusebius Mckaiser, que abriu o debate falando sobre as similaridades entre os dois países. Ele afirmou que a grande realização de Lula foi provar que, por meio de políticas públicas, é possível tirar milhões de pessoas da pobreza.
Lula fez uma exposição da sua luta como sindicalista e político, da sua perseverança até chegar à Presidência e da experiência de governo e diálogo com a sociedade durante os oito anos em que governou o Brasil. “O político não deve ter medo da democracia”, reforçou Lula, citando o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que reúne lideranças dos mais diversos setores da sociedade, e as 76 conferências nacionais para discutir e definir políticas públicas.
Após sua fala, Lula respondeu perguntas da plateia, reconhecendo que o Brasil tirou milhões da pobreza, mas que ainda há muito a ser feito para compensar problemas acumulados por muito tempo. “Eu não tinha ilusão de resolver em oito anos os problemas de 500 anos.”
Comentou sobre sua conversa com o presidente Zuma, quando contou ao chefe de Estado sul-africano que tinha medo do segundo mandato, e que criou o PAC para ter um plano de trabalho que permitisse realizar mais do que no primeiro governo.
Sobre seus planos de colaboração com a África, Lula declarou “Nós não temos que entrar dizendo o que deve ser feito. O Brasil tem que chegar perguntando o que cada país quer que seja feito. Assim, faremos mais e melhor.”
Nkosinathi Biko, filho de Steve Biko, disse que Lula foi convidado pela entidade porque sua experiência pode dar orientações para a definição das prioridades políticas da África do Sul. “Temos problemas semelhantes. Brasil e África do Sul disputavam a liderança em desigualdade no mundo. Hoje, a África do Sul lidera sozinha. Rio de Janeiro e Cidade do Cabo disputavam qual era a cidade mais violenta. Rio, caiu para sexto, e a Cidade do Cabo agora é a primeira.”

Risomar levará à Samambaia a Carreata da Mulher

Repórter: Élton Skartazini
Entre os dias 19/11 e 07/12/2012, de segunda a sexta-feira, das 8h ás 12h e das 13h ás 17h, a Unidade Móvel de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde/GDF, mais conhecida como Carreta da Mulher, atende no pátio da Administração Regional de Samambaia, quadra 302, Centro Urbano.
O atendimento começa com a distribuição de senhas no inicio de cada turno, para exames de mamografia, ultrassonografia com o pedido médico preventivo do câncer de colo do útero, ecografia e exame preventivo ginecológico. Desde março de 2012 foram feitos cerca de 20 mil exames em mulheres de treze regiões do Distrito Federal.
Os casos de doença detectados, por ordem de frequência, foram: mioma uterino, cisto de ovário, esteatose (acúmulo de gordura, normalmente no fígado), nódulo, cisto de tireoide, cisto e nódulo de mama, espessamento endometrial, pólipo endometrial e aumento de volume uterino.
A Carreta da Mulher, já passou pelo condomínio Pôr do Sol (Ceilândia), Núcleo Rural Taquara (Planaltina), Cidade Estrutural, Paranoá/Itapoã, Nova Colina (Sobradinho), São Sebastião, Areal (Águas Claras), Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Estância Nova (Planaltina), Sol Nascente (Ceilândia), Santa Maria e Brazlândia.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Genoino fala a Terra Magazine: “O que fiz pelo PT foi legítimo e necessário”



Um dia após ter sido condenado por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 10 de outubro, o ex-presidente do PT José Genoíno encontrou-se com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Após um abraço emocionado, ouviu daquele que chama de "companheiro de luta":
Genoíno e sua família

  Esse é o nosso destino. Nosso destino é lutar.
 Horas antes do encontro, Genoino havia telefonado para a presidente Dilma Rousseff e comunicado sua decisão de deixar o cargo de assessor especial do Ministério da Defesa:
 - Como é que eu assino uma demissão sua, Genoino? Como? – perguntou Dilma.
 - Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes – respondeu o ex-presidente do PT.
José Genoino Guimarães Neto tem 66 anos. É casado, pai de três filhos e avô de dois netos. Nascido em Quixeramobim, no Ceará, participou da Guerrilha do Araguaia, na década de 1970, quando foi preso por cinco anos e torturado. Em entrevista exclusiva a Terra Magazine, o petista diz que consegue traçar paralelos daquele período com o processo que vive hoje.
 "Tenho pesadelos e nunca falei isso para ninguém. Há um mês, gritei e estrebuchei na cama. Minha mulher ficou preocupada. Misturo cenas daquele período, quando eu era interrogado, em 1972, com as cenas do processo da Ação Penal 470".
 De camisa vermelha, calça social marrom e sapatênis escuros, Genoino recebeu a reportagem de Terra Magazine em sua casa, no bairro do Butantã, zona oeste da capital paulista. Estava bem-humorado.

Deputado federal por seis mandatos (até 2010), deixou o comando do PT em 2005, no início da crise do Mensalão, mas afirma que é inocente e que lutará para defender sua história. "O que fiz pelo PT foi legal, legítimo e necessário [...] Repetiria tudo de novo, mesmo passando o que passei".
 Terra Magazine: Durante o julgamento do Mensalão, o senhor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção ativa e, nesta semana, a Corte definirá se o senhor será condenado por formação de quadrilha. Esperava esse veredito?
 José Genoino: Não sou corrupto e entendo que foi uma condenação sem provas, baseada na tirania da hipótese pré-estabelecida, com base em um raciocínio do domínio do fato, da falta de provas, contrariando a presunção da inocência. Tudo isso contraria, a meu ver, uma visão democrática do Código Penal. Não pratiquei corrupção, o que eu fiz foram reuniões para defender o governo Lula. Como presidente do PT, cuidava das alianças políticas, da unidade da bancada do partido, da relação com os movimentos sociais e ocupava todo o meu tempo com a atividade política, legítima, democrática e transparente. 
 Não houve compra de votos nem compra de deputados. As votações principais do governo Lula foram decididas sempre com muita luta. Recebi a notícia da condenação com a indignação do inocente. Apresentei as provas e vou deixar tudo muito claro: os empréstimos que assinei são atos jurídicos perfeitos. Assinei os empréstimos encaminhados pela secretaria de finanças do PT, registrei no Tribunal Superior Eleitoral, e os empréstimos foram renovados porque o PT estava em uma situação muito difícil. Quando deixei a presidência do PT, o juiz de Minas Gerais cobrou judicialmente, inclusive, com o bloqueio da minha conta, que só foi desbloqueada porque era conta salário e, a partir de 2007, em uma negociação dirigida pelo então presidente Ricardo Berzoini, os empréstimos foram negociados por quatro anos e pagos, tanto o empréstimo do Banco Rural, como o do BMG. Sou um inocente.
 O que o senhor pensou – ou fez – quando saiu sua primeira condenação, dia 9 de outubro?
Estava acompanhando a sessão do STF na minha casa, pela TV, com minha mulher e meus filhos Ronan e Miruna. Veio à minha cabeça a mesma sensação de quando eu estava na auditoria militar da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, sendo condenado a cinco anos de prisão, na década de 1970. É uma sensação de… eu uso uma expressão que gosto muito, deste livro, Memórias de um Revolucionário: "As noites cegas são poderosas, terríveis, mas nós somos a sua paciência". Eu me senti assim, indignado. Fiz uma carta aberta ao país, retirando-me do governo como inocente. 
 A partir daquele dia, tomei uma decisão. Durante sete anos, eu falei nos autos, não dei entrevista… aliás, a única que dei foi para Terra Magazine, em 2006. Falei só nos autos, acreditando que ia ser um julgamento técnico, com base só em provas. Naquele dia, percebi que se tratava de uma condenação sem provas e resolvi fazer a crítica política.
 E com a sua família? Como foi a reação de sua mulher e seus filhos após a condenação?
Estavam todos aqui. No dia seguinte, fizemos uma conversa. Minha filha Mariana, que mora em Brasília, veio para São Paulo. Miruna fez a carta dela e eu não li antes da divulgação. Nessa reunião, eu disse que iria lutar de todas as formas para defender minha honra e minha dignidade. Falei que não iria me curvar. Não tenho riquezas nem patrimônio, mas vou para o risco do combate, dentro dos princípios democráticos. A democracia que está aí não é produto de uma sentença. Aliás, ela foi regada com muita guerra, luta, sangue, mortes, greves e barricadas. Não é produto de sentença e dei minha contribuição para a conquista dessa democracia. Disse à minha família que agora eu estaria em uma posição de militante livre e combatente e eles aprovaram.

A condenação abalou o senhor? Abalou a sua família?
Não. Minha mulher e meus filhos ficaram indignados, assim como eu. Naquela noite, escrevi a carta aberta, que li no dia seguinte durante a reunião do Diretório Nacional do PT. Mas não estava abalado. Minha vida só tem sentido quando eu a coloco a serviço de causas. E hoje eu tenho uma causa: defender minha inocência custe o que custar. Estou revigorado, vivendo um momento parecido com o meu entusiasmo de 1968, da Guerrilha do Araguaia, quando eu estava preso por cinco anos, quando eu disputava convenções do PT, quando eu fazia campanhas vitoriosas e derrotadas aqui em São Paulo… Estou com essa energia. Meu foco é resistir e lutar com todos os meios democráticos.
 E qual é o primeiro passo dessa luta?
A primeira coisa que tenho que fazer é apresentar todos os documentos que estou preparando com o meu advogado, Luiz Fernando Pacheco. São memoriais que vão discutir a parte final do julgamento e serão apresentados como provas da minha inocência. Quem tinha que apresentar provas de minha culpa seria a acusação. Vou falar politicamente. Estou de cabeça erguida, com a consciência de um inocente e vou usar de todas as formas jurídicas e politicas para provar minha inocência. Eu quero provas.
 Sua defesa foi baseada no fato de que o senhor foi acusado por aquilo que era, ou seja, presidente do PT, e não por aquilo que fez. Essa foi a melhor linha a ser seguida?
Sim. E continuo nessa linha, porque eu não pratiquei crime, não pratiquei ilícito. Eu era presidente do PT e fui condenado pelo fato de ser presidente do PT. Isso é o que se chama, no direito penal, responsabilidade objetiva, que é um conceito conservador, arcaico, que, felizmente, a humanidade superou, mas que agora tem uma nova versão, o domínio do fato. Assim, pode-se condenar sem provas concretas. O que fiz como presidente do PT foi legal, legítimo e necessário. Não se pode criminalizar a política, criminalizar os acordos e as alianças e é isso que se está fazendo. Quando se criminaliza a política, abre-se a porta para o autoritarismo, enfraquecendo o poder que emana do povo. Cumprirei as decisões impostas, mas minha consciência irá bradar todos os dias contra isso.

Acredita que o julgamento do Mensalão é um marco no Judiciário brasileiro?
Acho que temos que fazer um grande debate sobre esse julgamento, primeiro porque ele está se baseando em teses que precisam ser profundamente discutidas, como a do domínio do fato, que negam provas, a presunção da inocência, a condenação com base em indícios… Isso tem que ser profundamente discutido, porque pode representar um risco para um Judiciário democrático, abrindo graves precedentes. 
 Sua tese de defesa argumenta que existiu um esquema de caixa dois na campanha do PT e não a compra de votos de parlamentares. A ministra Cármen Lúcia reagiu dizendo que "caixa dois é crime" e que a confissão dessa prática com naturalidade na Corte era algo "inédito" na carreira dela. Essa é sua versão dos fatos?
Em primeiro lugar, meu advogado não falou em caixa dois. Ele afirmou, claramente, que minha função como presidente do PT era exclusivamente política. Eu não cuidava nem tinha responsabilidade quanto à administração do PT e quanto às finanças do partido. Não foi o meu, mas outros advogados disseram que quando se trata de crime eleitoral (caixa dois), tem que se julgar como crime eleitoral. Minha responsabilidade era política. Entendo que essa injustiça não é só contra mim e que isso enfraquece a Justiça no Brasil. Não podemos fazer de julgamentos um espetáculo midiático. Não podemos aceitar essa espetacularização.
 Um dia após sua condenação, quando leu a nota durante reunião do Diretório Nacional do PT, o senhor se encontrou com o ex-ministro José Dirceu. Como foi esse encontro?
Fui recebido de pé por todo o Diretório Nacional do PT naquele dia. Todas as tendências gritavam meu nome. À tarde, quando entrou o companheiro Zé Dirceu, aconteceu a mesma coisa com ele e nós demos um forte abraço um no outro. E eu falei a ele a seguinte frase: "Zé Dirceu, no dia 12 de outubro de 1968, quando nós fomos presos no Congresso de Ibiúna, nós gritamos: 'A UNE somos nós'. Pois bem, o PT somos nós. Somos companheiros de luta e nossa geração aprendeu que podemos ser encurralados, mas não aceitamos nos curvar".
 E o que José Dirceu respondeu? 
Ele olhou bem pra mim e disse: "É o nosso destino. Nosso destino é lutar".
 E com o ex-presidente Lula? Como é sua relação desde 2005?
O Lula, pra mim, é uma pessoa excepcional do ponto de vista humano e político e eu aprendi a ter muita confiança na capacidade política dele. E Lula costumava dizer, nos piores momentos do seu governo: “Não vou deixar o país quebrar no meu colo”. Minha relação com Lula é de muito respeito e confiança. Não fiz nada de errado, portanto, o compromisso que tive com o Lula de presidir o PT foi correto e eu repetiria, mesmo passando por tudo o que passei.

O ex-presidente Lula ligou para o senhor após sua condenação?
Várias vezes. Sempre uma ligação afetiva e muito forte, mas me reservo o direito de não dizer o que ele fala comigo. 

O senhor resolveu deixar seu cargo no governo, de assessor especial do Ministério da Defesa. A presidente Dilma Rousseff foi relutante à entrega do seu cargo?
Ela me ouviu e falou coisas bonitas, mas não serei porta-voz dela. 

Mas ela foi relutante?
Ela disse pra mim: "Como é que eu assino a sua demissão, Genoino? Como?". E respondi: "Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes e vou ler uma carta no Diretório Nacional do PT". Tenho uma relação de respeito e confio muito na coragem e capacidade da companheira Dilma.

José Dirceu disse a amigos que se sente aliviado com o fato de o PT ter sido o partido mais votado no primeiro turno das eleições deste ano. Segundo ele, é como se o povo tivesse absolvido o partido. O senhor também avalia dessa maneira o desempenho do partido nas urnas?
O governo do PT foi julgado em 2006, quando o povo reelegeu o Lula, e em 2010, quando elegeu a Dilma presidente. As vitórias do PT mostram que o povo é mais inteligente do que certos setores pensam. O povo nos conhece, sabe onde a gente mora, o que a gente faz, o que a gente fez.

Em 2010 o senhor não foi eleito deputado federal. O povo não o absolveu?
Não foi isso. Em 2010, eu perdi por mil votos. O erro foi o tipo de campanha que nós fizemos. A campanha estava difícil porque fui muito criticado por setores da mídia… Tive apoio em muitas cidades, o PT me apoiou muito, mas isso faz parte. Na democracia, a gente perde e ganha e precisamos ficar felizes com isso.
 Na década de 1970, o senhor foi preso por cinco anos e torturado durante a Guerrilha do Araguaia. O senhor consegue traçar algum paralelo daquele momento em relação a esse que está vivendo hoje?
O primeiro paralelo, lamentavelmente, e eu nunca falei isso para ninguém, são os pesadelos. Eu tenho pesadelos. As cicatrizes existem. Acredito no perdão, mas não no esquecimento, e é isso que aparece nos meus pesadelos. Misturo cenas daquele período, quando eu era interrogado, em 1972, com cenas do processo da Ação Penal 470. Há um mês, tive um pesadelo grande, gritei pra caramba, minha mulher ficou preocupada, porque eu fiquei em pé, estrebuchei na cama… As cicatrizes da vida deixam a gente mais preparado para as pancadas e estou com mais cicatrizes agora, elas não somem da cabeça nem do corpo. Mas não tenho ódio, ressentimento ou espírito de vingança. Eu tenho confiança no ser humano.
 O senhor tem medo de ser preso? 
Penso da seguinte maneira: a palavra medo não existe como impedimento para a minha luta. Entre a servidão e a humilhação, eu prefiro o risco do combate.
 Se o senhor pudesse fazer de novo, corrigindo, alguma coisa na sua vida, o que seria?
Tudo o que fiz na minha vida foi com paixão e consciência. Sempre com dedicação e por causas e, portanto, minha trajetória me orgulha. Um dos objetivos da minha luta é defender minha história, porque é ela que me dignifica.
 Então o senhor não corrigiria nada?
Minha trajetória me orgulha e tenho recebido muita solidariedade, tanto do PT, como de pessoas da oposição, de militares que trabalharam comigo no Ministério da Defesa, mas não vou citar nomes. É claro que a vida vai te ensinando, você não pode ser dono da verdade, você tem que estar aberto para mudar o mundo. O desafio é mudar o mundo mudado e quem quer mudar o mundo tem que aceitar ser mudado. O PT me mudou e eu mudei o PT.
 O senhor considera que o PT errou?
O PT é vitorioso porque o objetivo de um partido é conquistar o poder e realizar seu programa e isso o PT fez. Agora, é claro que o PT tem que fazer uma avaliação de toda sua trajetória, olhando para o futuro. Não podemos ter medo do debate. O PT precisa aceitar a crítica e discutir as escolhas de maneira franca e aberta. O PT aprendeu uma lição: dividido, perde; e sem aliança, não ganha. Minha geração aprendeu no coletivo: ou ganham todos juntos ou se ferram todos juntos. Essa foi a lição que eu aprendi.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Governo dos Estados Unidos mantém embargo a Cuba


Mesmo com a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) de suspender o embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, disse que o governo manterá a medida em vigor. Desde 1962, Cuba é submetida às restrições por parte dos Estados Unidos. Ontem (13), 188 países defenderam o fim do embargo, inclusive a delegação do Brasil.
"Nossa política continua em vigor. Nossa política está focada em criar melhores laços com o povo de Cuba", disse o porta-voz. “[O governo norte-americano] não vai mudar a política em relação ao país”.
A resolução da ONU, que recomenda o fim do embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba, foi aprovada por 188 votos a favor, 3 contra ( Estados Unidos, Israel e a República de Palau) e 2 abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia). Há 21 anos, a instituição condena a medida.
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Brasil e Angola querem intensificar parcerias estratégicas


Pela terceira vez no Brasil, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, está hoje (13) e amanhã em Brasília para participar da 1ª Comissão Bilateral de Alto Nível e de reuniões com o chanceler Antonio Patriota. Desde 2010, Brasil e Angola mantêm parceria estratégica. Em discussão, a ampliação de acordos nas áreas sociais, de ciência e tecnologia, além da comercial. A crise na Guiné-Bissau também será tema das reuniões.
O mecanismo de parceria estratégica foi negociado entre os presidentes Dilma Rousseff e José Eduardo dos Santos, de Angola. Dilma foi a Luanda, capital angolana, em novembro de 2011, quando reforçou o interesse do Brasil em ampliar os acordos de cooperação com os angolanos.
Nas reuniões de hoje e amanhã (14) Patriota e Chikoti discutirão a possibilidade de aumentar as parcerias nas áreas de educação, saúde, cultura, agricultura, defesa, tecnologia da informação, combate a ilícitos transnacionais e assuntos migratórios e consulares.
Fonte: Agência Brasil

Rafael Correa anuncia candidatura à reeleição no Equador


O presidente do Equador, Rafael Correa, de 49 anos, anunciou oficialmente que concorrerá, pela segunda vez, à reeleição. Acompanhado por colaboradores e simpatizantes, Correa percorreu de bicicleta o trajeto de 6 quilômetros (km) do palácio presidencial até o edifício do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável por supervisionar as eleições.
Correa deve disputar as eleições com Guillermo Lasso, empresário e ex-banqueiro, que ainda não  anunciou formalmente a candidatura. As eleições presidenciais devem ocorrer em fevereiro de 2013. De acordo com levantamento feito por um instituto de pesquisas privado do país, Correa detém 55% das intenções de voto, contra 23% de Lasso.
Correa estudou na Europa e nos Estados Unidos e assumiu o governo em 2006.
Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Nota do José Dirceu: Injusta sentença


Dediquei minha vida ao Brasil, a luta pela democracia e ao PT. Na ditadura, quando nos opusemos colocando em risco a própria vida, fui preso e condenado. Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas continuei lutando e voltei ao país clandestinamente para manter nossa luta. Reconquistada a democracia, nunca fui investigado ou processado. Entrei e saí do governo sem patrimônio. Nunca pratiquei nenhum ato ilícito ou ilegal como dirigente do PT, parlamentar ou ministro de Estado. Fui cassado pela Câmara dos Deputado e, agora, condenado pelo Supremo Tribunal Federal sem provas porque sou inocente.

A pena de 10 anos e 10 meses que a suprema corte me impôs só agrava a infâmia e a ignomínia de todo esse processo, que recorreu a recursos jurídicos que violam abertamente nossa Constituição e o Estado Democrático de Direito, como a teoria do domínio do fato, a condenação sem ato de ofício, o desprezo à presunção de inocência e o abandono de jurisprudência que beneficia os réus.

Um julgamento realizado sob a pressão da mídia e marcado para coincidir com o período eleitoral na vã esperança de derrotar o PT e seus candidatos. Um julgamento que ainda não acabou. Não só porque temos o direito aos recursos previstos na legislação, mas também porque temos o direito sagrado de provar nossa inocência.

Não me calarei e não me conformo com a injusta sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena. Devo isso a todos os que acreditaram e ao meu lado lutaram nos últimos 45 anos, me apoiaram e foram solidários nesses últimos duros anos na certeza de minha inocência e na comunhão dos mesmos ideais e sonhos.

José Dirceu

Paulinho da Viola completa 70 anos de pura poesia


No dia 12 de novembro de 1942, no Rio de Janeiro, nascia Paulo César Batista de Faria, filho do violista do Época de Ouro, César Faria, que viria a se tornar um dos nomes mais importantes da música brasileira. Nesta segunda-feira (12), Paulinho da Viola completa 70 anos de nobreza, sucesso, música e muito choro e samba.


 paulinho da viola
Paulinho da Viola
Sua história com a música começou ainda na infância, quando não perdia as oportunidades de acompanhar o pai em encontros com grandes nomes, como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Tia Amélia e Canhoto da Paraíba. No violão do pai, dedilhou as primeiras músicas e deu seus primeiros passos rumo ao choro. Na casa de sua tia, Trindade, na Vila Valqueire, brincava os Carnavais e se apaixonava pelo samba.

O primeiro contato com uma escola de samba foi na União de Jacarepaguá. Lá, apresentou o seu primeiro samba: Poder da Ilusão. Aos 19 anos, começou a trabalhar em um banco, onde teve um econtro que mudou sua vida, com o poeta Hermínio Bello de Carvalho.

Na casa de Hermínio, Paulinho ouviu Zé Ketti, Elton Medeiros, Anescar do Salgueiro, Carlos Cachaça, Cartola e Nelson Cavaquinho. Assim, mostrou seus sambas e começou suas primeiras parcerias. A primeira foi Duvide-o-dó, com Isaurinha Garcia, depois Sinal Aberto, com Toquinho, e Valsa da Solidão, gravada por Elizete Cardoso.

Durante a gravação de Roda de Samba, em 1965, a gravadora perguntou seu nome e ele disse: "Paulo César". Um dos funcionários da gravadora disse que aquele não era nome de um sambista. O amigo Zé Ketti, com quem gravava o álbum, levou o problema para Sérgio Cabral, que publicou a história no jornal e fez com que nascesse o nome Paulinho da Viola.

No ano de 1969, Paulinho venceu o último festival da TV Record com Sinal Fechado. Em 1970, Foi um Rio que Passou em minha vida tornou-se o maior sucesso do ano e o projetou nacionalmente. Na década de 70, ele gravou em média um disco por ano, foi premiado e fez shows por todo o Brasil e em alguns lugares do mundo.

Na década seguinte, mais quatro discos foram gravados e ele se firmou como um dos maiores nomes do samba. Em 90, gravou um de seus mais importantes trabalhos Bebadosamba, que ganhou um espetáculo com mesmo nome.

O seu último álbum, o MTV Acústico Paulinho da Viola, foi lançado em 2007. Atualmente, segue com sua carreira de mais de 40 anos e já tem seu nome imortalizado no hall do samba.

Portela

No final de 1964, Paulinho começou sua ligação com a Portela. Ao lado de Oscar Bigode, diretor de bateria da escola, fez uma visita à agremiação. No dia seguinte, ele já fazia parte da ala dos compositores e apresentou a primeira parte de um samba, que viria a se tornar Recado.

Memórias de Um Sargento de Milícias foi o seu primeiro samba-enredo escolhido e foi parar na avenida. A escola foi campeã do Carnaval. Desde então, não parou mais e é até hoje é reconhecido como um dos grandes nomes da história da escola de samba carioca.

Comemorações

A largada para as comemorações do aniversário do Príncipe do Samba será dada no domingo (17), quando o cantor e compositor apresenta o show Paulinho da Viola – 70 Anos de samba, no Parque Madureira. O show, que terá entrada franca e terá a participação da Velha Guarda da Portela. Ou seja, Paulinho estará em casa.

No show de Madureira, o cantor faz um passeio por sua obra, interpretando clássicos de sua autoria, como Sinal fechado, Argumento, Dança da solidão, Foi um rio que passou em minha vida - seu maior sucesso -, além de Timoneiro, composta com um de seus grandes parceiros, Hermínio Bello de Carvalho.

De Madureira para Nova York: ainda em novembro, no dia 28, o artista se apresenta, pela primeira vez, no Carnegie Hall. No dia 11 de dezembro, será a vez de subir ao palco do Teatro Coliseo, em Buenos Aires. A partir de março de 2013, Pulinho começa uma nova turnê nacional, que vai percorrer as principais capitais do país, celebrando suas sete décadas de vida.

DIRCEU COMEÇA A CONTAR SEUS ANOS DE CADEIA


Escolas para brasileiros no Japão poderão oferecer curso técnico


As escolas destinadas a brasileiros no Japão e reconhecidas pelo Brasil receberam permissão para oferecer cursos técnicos de nível médio. A decisão, do Conselho Nacional de Educação, foi publicada nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial da União e aumenta o leque de serviços prestados por essas escolas, que já podiam atuar na educação infantil, fundamental, média e de jovens e adultos.
A mesma publicação estabelece que as instituições deverão incluir em sua grade curricular aulas de língua e cultura japonesa, caso contrário não poderão mais funcionar.
 
Para terem seus certificados reconhecidos no Brasil, as escolas devem ser cadastradas no censo escolar do Ministério da Educação (MEC) e na embaixada brasileira no Japão, além de fornecer uma série de informações, como o corpo docente, o regimento escolar e a descrição das instalações físicas disponíveis.

O MEC valida certificados de escolas brasileiras no Japão desde 2005, e o governo brasileiro conseguiu que o Japão flexibilizasse seu sistema de reconhecimento, o que permitiu que três escolas fossem também reconhecidas pelo país. 
Fonte: Agência Brasil

domingo, 11 de novembro de 2012

Morre o ator e diretor Marcos Paulo



Ele tinha 61 e morreu na noite deste domingo (11) de embolia pulmonar. 
Marcos Paulo foi diagnosticado com câncer em maio de 2011.

Do G1, em São Paulo

O ator e diretor Marcos Paulo (Foto: Divulgação/TV Globo/João Miguel Júnior)Marcos Paulo
(Foto: Divulgação/TV Globo/João Miguel Júnior)
Morreu na noite deste domingo (11), de embolia pulmonar, o ator e diretor Marcos Paulo. Ele tinha 61 anos. Nesta sexta-feira (9), Marcos Paulo compareceu ao 9º Amazonas Film Festival, que aconteceu em Manaus.

Em agosto do ano passado, ator e diretor passou por cirurgia para remover um tumor no esôfago. Ele havia sido diagnosticado com câncer em maio de 2011.

Segundo comunicado da Central Globo de Comunicação divulgado na época, Marcos Paulo havia descoberto o tumor precocemente em exames de rotina e tinha dado início ao tratamento em seguida.
De acordo com o portal Memória Globo, Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo, em 1º de março de 1951, e foi criado no bairro do Bixiga. Ele era filho adotivo do ator e diretor Vicente Sesso, o que lhe garantiu contato precoce com a TV.
Sua primeira novela foi “O morro dos ventos uivantes”, da TV Exclesior, em 1967 – ele tinha 16 anos. Passou ainda pela Record e pela Bandeirantes antes de ir para a TV Globo, em 1970. Na Globo, atuou em dezenas de novelas, com destaque para a primeira versão de “Gabriela”, “Tieta” e “Páginas da vida”.
Seu primeiro trabalho como diretor foi na novela “Dancin’ days”, de 1978. Seu principal trabalho como diretor de novelas foi em “Roque Santeiro”, de 1985. No cinema, seu único trabalho como diretor foi em “Assalto ao Banco Central”, de 2010
.