Publicação: 02/08/2011 Correioweb
O italiano Ugo Buresti mudou-se para Brasília antes da inauguração da cidade: "Nunca me faltou trabalho no Brasil" |
A cidade marcada por traços arquitetônicos atrai estrangeiros desde a sua construção. Hoje, são 10.121 migrantes vivendo no Distrito Federal. Gente que veio para tentar melhorar de vida quando Brasília já existia ou que se dedicou a construir um sonho que, de tão brasileiro, deu aos pioneiros uma identidade candanga. Ugo Buresti é um deles. Aos 97 anos, o italiano que desembarcou em São Paulo em 1952 e, menos de cinco anos depois, resolveu participar da obra de Juscelino Kubitschek, tem orgulho da história construída aqui e lembra detalhes da trajetória de um sonho que só virou realidade porque o barco que o levava para o Uruguai mudou de destino e deu aos tripulantes a opção de desembarcar na Argentina ou no Brasil. “Eu estava em São Paulo trabalhando em uma madeireira quando soube que o presidente queria construir uma cidade. Na hora, pensei que ele estava doido. Depois, decidi participar de perto daquele momento e vim tentar a vida aqui”, conta.
Família brasileira
A cidade que acolheu Buresti foi o destino também de outras nacionalidades. O primeiro tanzaniano a desembarcar aqui, 20 anos atrás, Ubaia Samatta, conta que teve sorte de chegar ao Brasil e diz que sua vida hoje é muito melhor do que teria sido se tivesse permanecido na Tanzânia. “Comprei uma casa própria e criei cinco filhos. Nunca mais vi meus primos e irmãos que ficaram lá. Mas tenho certeza de que minha situação é muito melhor”, conta ele, que vive com um visto permanente, conseguido graças ao casamento com uma mulher brasileira e ao nascimento dos filhos.
A união com uma brasileira também permitiu a permanência do peruano Angelo Clusman Salazar no Brasil. Ele chegou à capital do país em 1999 para trabalhar na embaixada, mas perdeu o emprego cinco anos depois e decidiu ficar no Brasil para tentar uma nova vida. Alguns trabalhos depois e muito aperto financeiro, Angelo casou-se, teve quatro filhos e montou o próprio negócio.
Uma realidade que o faz acreditar que tudo valeu a pena. “Acho que Brasília e o Brasil, como um todo, são uma mina de oportunidades. Hoje, estou muito feliz e agradeço sempre por ter conseguido chegar aqui. Tenho certeza de que minha vida é bem melhor do que seria se eu tivesse ficado lá”, comemora o pequeno empresário de sotaque forte e uma paixão por Brasília que entusiasma qualquer um que conversa com ele sobre a capital.
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