terça-feira, 20 de setembro de 2011

Roriz, Arruda e outros coronéis se armam para derrotar Agnelo



Publicado em 20 de Setembro de 2011 por José Seabra 
Agnelo é o alvo a ser abatido nas eleições de 2014
Representantes do que se convencionou chamar de oligarquia do poder político na capital da República, começam a se articular de olho no Palácio do Buriti em 2014. Quando não se fazem presentes em rodas permanentes de debates, próceres como Joaquim Roriz, José Roberto Arruda, Paulo Octávio e até mesmo Rogério Rosso, mandam emissários para traçar estratégias visando derrotar o grupo de Agnelo Queiroz no próximo pleito.


O que mais se avalia hoje é até onde Roriz e Arruda terão condições jurídicas de disputar a eleição, em função do emaranhado em que se transformou a Lei da Ficha Limpa. E, princilpalmente, se estariam dispostos a concorrer a um cargo majoritário (governo ou Senado) ou se apostariam as fichas em mandatos federais e distritais.


Esse grupo tem procurado avistar-se inclusive com uma incipiente dissidência do PMDB brasiliense, que se mostra cada vez mais ressentida com a aliança costurada pelo vice-governador Tadeu Filippelli, presidente regional da sigla, com o PT de Agnelo Queiroz.


O que se extrai desses encontros é se, estando Roriz e Arruda eventualmente impedidos de concorrer, quem teria o apoio dos principais caciques da centro-direita na capital da República? Muita gente aposta numa dobradinha de Alberto Fraga e Rogério Rosso, mas há uma outra parcela que defende uma alternativa nova, de preferência de quem detenha mandato.


Se essa tese sair vitoriosa (e respeitada sempre a hipótese, embora remota, de Roriz e Arruda serem cartas fora do baralho) a opção seria o deputado federal Luiz Carlos Pitiman. Ex-secretário de Obras e bem visto pela cúpula nacional do PMDB, Pitiman abraçou a política pelas mãos de Filippelli, mas se sente desconfortável no grupo do vice-governador, a ponto de ter deixado recentemente a equipe do Palácio do Buriti coberto de mágoas.


Partidários da candidatura de Pitiman lembram, a propósito, que ele é aguerrido e tem trânsito livre em muitas esferas no Poder. "Ele é daqueles políticos que possui idéias novas, sem o ranço dos velhos coronéis; é capaz de se avistar com a presidente (Dilma Rousseff) sem nada pedir, como também de estar com o mais simplório do eleitor e tudo dar", lembra um político brasiliense que costuma circular livremente entre a Praça dos Três Poderes e o Palácio do Buriti.


Quem tem assistido, mesmo sem direito a voz ativa, a essas reuniões da oligarquia política local, transmite a sensação que o caminho natural será uma grande aliança que coloque no mesmo palanque Roriz, Arruda, Paulo Octávio, Rogério Rosso e Alberto Fraga. Se a costura for bem feita, e usarem a linha firme do PMDB para um nó seguro, ninguém descarta que Pitiman, se evoluir o grupo dissidente do PMDB, surja como nome de consenso.



Entretanto, todos reconhecem que até 2014 falta muito tempo. E até que o quadro sucessório ganhe contornos definitivos, há que se respeitar também nomes como os dos senadores Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), candidatos naturais e em potencial ao Palácio do Buriti - mesmo porque, com mandatos garantidos até 2018, estão livres para entrar no jogo da sucessão de Agnelo Queiroz como franco-atiradores.
Dois nomes, aliás, que se distanciam cada vez mais de Agnelo Queiroz. Cristovam Buarque, particularmente, que acusa Agnelo de ter sido levado nas costas e que agora apaga os rastros da caminhada que fizeram juntos rumo à vitória nas urnas em outubro passado. Já Rollemberg, prefere dar mais um voto de confiança ao governador, mas está preparado para pular do barco se sentir que o naufrágio é eminente.

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