domingo, 7 de agosto de 2011

A falta de princípios da Rede Globo

Por Luiz Carlos Azenha, no blogViomundo:

A TV Globo também fez uma declaração de princípios, em 1989.

Foi na noite em que o Jornal Nacional transmitiu o resumo do debate eleitoral entre Fernando Collor e Lula, editado de tal forma a destacar as melhores falas de Collor e as piores de Lula.Collor e Lula disputavam a presidência da República. Collor, com apoio da Globo, venceu a eleição. 

Seguiu-se ao resumo do debate uma pesquisa do Vox Populi, então ligado a Collor, mostrando como Collor era “o melhor preparado”.Então, Alexandre Garcia apareceu no vídeo para dizer:“Nosso trabalho, como profissionais da televisão, foi e continuará sendo o que fez a televisão nesses dois debates. Manter aberto esse canal de duas mãos entre o eleito e os eleitores, para que melhor se exerça a democracia”.

Foi no mesmo ano em que a ex-namorada de Lula, Miriam Cordeiro, apareceu primeiro no Jornal Nacional e depois na propaganda de Collor dizendo que o ex-metalúrgico Lula tinha pedido a ela que abortasse e feito declarações racistas. Miriam recebeu dinheiro para fazer tais declarações.

sábado, 6 de agosto de 2011

BRASIL MAIOR, A HORA DE CRESCER

 Delúbio Soares (*)
 O Brasil está cumprindo fielmente suas metas de diminuir as desigualdades e resgatar a imensa dívida social existente há séculos. Em oito anos quase 40 milhões de irmãos nossos deixaram a pobreza para ingressar na classe média, adquirir bens, ter alimentação em maior quantidade e de melhor qualidade, exercer com mais plenitude sua cidadania, ter saúde e educação. Ainda há muito por fazer e a tarefa de complementar o trabalho iniciado nos dois mandatos vitoriosos do presidente Lula poderia parecer impossível ou hercúlea, de execução quase impossível, se no comando da Nação não estivesse, não por acaso, a competente executiva que foi o braço-direito e a principal companheira do Estadista que mudou os rumos de nossa história na última década: Dilma Rousseff.
Não tem surpreendido a forma decidida e competente como a segunda etapa do governo do PT está ordenando a grande mudança, a verdadeira revolução silenciosa e pacífica, a sacudida nas estruturas de nossa sociedade após a década perdida sob a égide dos tucanos. O Brasil é a sétima economia mundial, recuperou seu prestígio internacional, firmou parcerias fortes e conquistou nichos de mercado gigantescos  nos cinco continentes, é ouvido e acatado nos principais foros de decisão e assumiu um papel de protagonista no cenário do mundo novo que surge no raiar do século XXI. A imagem da derrota, da quebradeira, do “yes, Mister” dos anos 90 ao FMI é coisa de um passado longínquo e tristonho. Não devemos esquecê-lo, sob pena de repeti-lo. Mas nossos faróis apontam o rumo do futuro  e iluminam a competitividade, a conquista pela qualidade, a ocupação dos espaços pela simples menção da marca mágica: “Made in Brazil”. O merecido sucesso de nosso agronegócio é a maior prova disso. Não há mais tempo para lamúrias, só para trabalho e vitórias.
 Ao anunciar o plano “Brasil Maior”, com a finalidade específica de estimular a competitividade da indústria brasileira, o governo da presidenta Dilma Rousseff busca apoiar decisivamente nossos exportadores num momento excepcionalmente singular. Com nossa moeda fortíssima diante de um dólar baixo, a indústria brasileira irá contar com uma série de incentivos para a exportação, readquirindo as mesmas condições de antes da crise econômica que assola os Estados Unidos e grande parte da Europa. É um plano realista e pragmático. Que tem o condão tanto de mostrar a sensibilidade de nosso governo para com os percalços enfrentados pela iniciativa privada quanto nos diferencia dos governos do PSDB, eternos e rigorosos cobradores de impostos, taxas e tributos, que jamais moveram uma palha em favor dos produtores de nosso país, visando sempre e apenas o aumento da arrecadação custando o que custasse, mesmo que, ao final, importantes setores de nossa economia – como os exportadores, por exemplo – pagassem o alto preço do endividamento ou mesmo do definitivo insucesso empresarial. Mas, felizmente, os tempos são outros e o Brasil mudou para muito melhor.
 No “Plano Brasil Melhor” há significativa desoneração de tributos, como a manutenção do IPI baixo sobre o material de construção, favorecendo, também a grande massa dos brasileiros que estão construindo, pretende construir ou fazer reformas em suas casas; bens de capital (máquinas e equipamentos para a produção industrial), além de caminhões e veículos comerciais leves, incentivando tanto a indústria automobilística, quanto toda a imensa cadeia de produção existente em função dela, com milhares de empresas fornecedoras e que empregam milhões de brasileiros direta e indiretamente.
 Outra decisão da presidenta Dilma e que atende a esse momento particularíssimo vivido pela indústria nacional é a recuperação de créditos tributários das empresas e a impostergável desoneração das folhas de pagamentos. São vários os setores os contemplados com a oportuna medida: artefatos, calçados, móveis e confecções. O próximo setor será o da tecnologia da informação (TI), os nossos fabricantes de softwares, cujo avanço nos mercados nacional e internacional e a excelência de seus produtos os converteram hoje em segmento de imensa representatividade em nossa balança comercial e em toda a economia do país. O alcance social e econômico dessa medida terá proporções imediatas e atingirá centenas de milhares de micros, pequenas, médias e grandes empresas, indistintamente, favorecendo empresários, trabalhadores e consumidores. Ganha o Brasil e ganham os brasileiros.
O PSI (Programa de Sustentação de Investimentos), operacionalizado pelo BNDES, será mantido e terá até o final de 2012 o montante de R$ 75 bilhões em linhas de crédito, com juros baixos e subsidiados, para que os empreendedores possam investir e incrementar a produção. Programas como o “Pro-Caminhoneiro” recebem pesados investimentos advindos do PSI e continuarão sendo atendidos pela imensa importância que adquiriram para o desenvolvimento nacional, e novos setores e programas foram agregados, como o de componentes e serviços técnicos especializados, ônibus híbridos, o “Pro-Engenharia”, o “Pro-Aeronáutica”, “Profarma”, “Proplástico”, “Prosoft” e diversos outros.
 É uma demonstração da aguda sensibilidade social e da atenção dispensada pelo governo do PT aos setores produtivos, estendendo a mão aos que geram empregos e riqueza, movimentam nossa balança comercial, giram nossa economia e constroem o país forte e poderoso que hoje desperta admiração e respeito em todo o mundo.
 Há medidas importantíssimas em diversas áreas, que vão desde novas condições de financiamento pelo BNDES com observância à novos marcos legais, de apoio ao desenvolvimento e à comercialização de produtos sustentáveis, ecologicamente corretos e para linhas de equipamentos dedicados à redução de gases de efeito estufa (Fundo Clima – MMA), até mecanismos que desoneram e descomplicam nosso processo de financiamento às exportações.
 O Brasil está antenado no mundo, ligado ao seu tempo, cumprindo o seu papel e sabendo muito bem o que quer e como atingir seus objetivos. É que o mundo está, também, observando os passos desse país-continente, que depois de vencer a chaga da pobreza e despertar do sono letárgico de um subdesenvolvimento persistente e lamentável, entregou nas mãos firmes de um líder operário e Estadista clarividente a missão de reerguê-lo. Agora a primeira mulher a nos governar enfrenta com notável competência o desafio que lhe cabe: manter as conquistas sociais e econômicas, ampliá-las e consolidar o processo de crescimento do Brasil Maior, vencedor e democrático, que todos amamos.
 (*) Delúbio Soares é professor

Risomar Carvalho, reforma a Quadra de Esportes da 512

Conforme acordado aos ‘Parceiros do DF’ vinculados à Rede Globo, que reclamaram das condições precárias dos equipamentos de esporte e lazer de Samambaia, o administrador Risomar Carvalho prometeu reformar as Quadras de Esportes das QN 512 e 401. Trinta dias depois essas quadras foram reformadas, mesmo sem recursos para isso na Administração Regional.
“Prometi que iria reformar e corri atrás. Encontrei os parceiros DVN Construtora, Apex Engenharia, Habitar e Supermercado Superbom, que contribuíram com o material e a mão-de-obra necessária. Assim pudemos resolver esse serviço”, explica Risomar Carvalho.
Ainda vai haver uma comemoração em cada quadra, com torneio e premiações para as equipes vencedoras, quando as quadras forem inauguradas. Isso não vai demorar.
Mais informações: (61) 3359.9317 Assessoria de Comunicação Samambaia

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vila Olímpica de Samambaia abre inscrições para 12 modalidades para crianças e adultos. Atividades são gratuitas

A Vila Olímpica de Samambaia está com inscrições abertas para 12 modalidades destinadas a crianças e adultos.  As vagas, gratuitas, são para os turnos matutino, vespertino e noturno (adultos).  Entre as modalidades estão atletismo, dança de salão, futebol, ginástica e natação. 

Para efetuar a matrícula das crianças, os pais ou responsáveis devem apresentar certidão de nascimento, comprovante de residência, declaração escolar, boletim do último semestre, uma foto 3x4 e atestado médico. No caso de adulto, não precisa de declaração escolar e certidão, incluindo apenas Carteira de Identidade e CPF. O horário de funcionamento da secretaria é das 8h às 12h e 14h às 18h.

O programa Vila Olímpica, desenvolvido pela Secretaria de Esporte nas cidades do Distrito Federal, é baseado na política pública do Governo do Distrito Federal (GDF) de inclusão social por meio do esporte e tem como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade.

A proposta do programa oferece prioritariamente às crianças e adolescentes a alternativa diferente de vida, usando atividades sócio-recreativas esportivas e de lazer, em que os valores como cooperação, solidariedade, pensamento crítico e auto-estima propiciem enriquecimentos internos, transformando, assim, as expressões da sua conduta. Além das crianças, as Vilas atendem aos adultos, idosos e pessoas com deficiências.

Confira as modalidades
- Atletismo
- Basquete
- Dança de Salão
- Futsal
- Futebol de Areia
- Ginástica Rítmica
- Ginástica Localizada
- Handebol
- Natação
- Tênis
- Vôlei

Participe:
A Vila Olímpica de Samambaia fica na QR 119, em frente à Administração Regional. Telefone: 3459-0102. Mais informações do site www.esporte.df.gov.br

Fonte: ASCOM/Secretaria do Esporte

Lei Maria da Penha: cinco anos de proteção às mulheres


Por: Rejane Pitanga


Com a feminização da pobreza, mesmo sendo a maioria da população de Brasília, do Brasil e do mundo, as mulheres, ainda, são submetidas às mais variadas formas de violências.
Dentre os fatores que mais implicam no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), lamentavelmente, está a violência contra a mulher, principalmente, a violência doméstica, que mata mais mulheres que o câncer, acidente de trânsito e as guerras.

Dados estatísticos da Polícia Civil do Distrito Federal revelam que as vítimas estão cada vez mais dispostas a sair do ciclo de violência e punir o marido ou o companheiro agressor.
De 2007 até o mês passado, as delegacias do DF registraram 34.749 ocorrências de violência doméstica. 

Hoje, a média é de 32 denúncias diárias. Somente no primeiro semestre deste ano, 1.132 mulheres se encorajaram a denunciar o companheiro e tiveram inquérito pela DEAM. A cada dia na unidade policial, a média é de pelo menos seis mulheres vítimas de violência doméstica. A quantidade de queixas é ainda maior por telefone. Com medo de se exporem, as mulheres têm utilizado a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, para relatar a violência sofrida.

No momento em que comemoramos cinco anos da vigência da Lei Maria da Penha precisamos refletir sobre sua aplicação e implementação, uma vez que a mesma é um instrumento importantíssimo no enfrentamento da violência contra as mulheres, pois incorporou ao ordenamento jurídico brasileiro um conjunto de medidas para assegurar à mulher o direito à integridade física, sexual, psíquica e moral.

A constitucionalidade de alguns artigos da Lei, porém, ainda é discutida, sob o argumento de que, ao tratar de forma diferenciada homens e mulheres submetidos à violência doméstica, a Lei feriria o princípio da isonomia.

No entanto, segundo o Ministério da Justiça, o que a Lei faz é tratar de forma desigual aqueles que estão em situações desiguais: a mulher, ao sofrer violência doméstica, está em situação desigual perante o homem. E, por isso, a Lei oferece a ela mecanismos de proteção.

Aguarda ser julgada no Supremo Tribunal Federal a Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 19 para dar uma resposta definitiva à questão. No entanto, em março, o STF já reconheceu, por unanimidade, a constitucionalidade da Lei Maria da Penha ao negar um habeas corpus em favor de um réu acusado de agressão à mulher.

Sem dúvidas, a criação desta Lei foi uma importante conquista para as mulheres brasileiras. Uma delas foi dar visibilidade para a violência doméstica e quanto mais se torna conhecida, mais casos de mulheres que sofrem violência irão aparecer. Não só as que sofrem de violência física, mas também moral, psicológica e patrimonial.

Mas se o Estado não criar mecanismos eficientes para colocá-la em prática a legislação se torna inócua e assim continuaremos vulneráveis. Também precisamos garantir que a violência doméstica seja reconhecida no sistema de saúde. Apesar de a Lei Maria da Penha ter dado visibilidade à violência contra as mulheres, ainda há entre os profissionais de saúde a percepção errada de que isso é problema só da Justiça. É necessária a divulgação da Lei na sua completude, a capacitação dos médicos e enfermeiros, a supervisão e a educação continuada para que eles passem a reconhecer a violência doméstica e saibam lidar com o problema.

Portanto, precisamos de políticas públicas e serviços que efetivem a Lei. A começar pela criação de mais juizados de vara doméstica e familiar que, se criados conforme previstos na Lei, com equipes multidisciplinares, irão ajudar a organizar e orientar os demais serviços e até mesmo o de caráter preventivo.

Deputada Erika Kokay convida ao debate sobre "Protagonismo Juvenil"


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Celso Amorim é o novo ministro da Defesa

Jobim foi tarde, vamos combinar.


do Blog do Planalto

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, entregou na noite desta quinta-feira (4/8) carta de demissão à presidenta Dilma Rousseff. A informação foi repassada à imprensa pela ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas.
A ministra informou, ainda, que a presidenta Dilma convidou o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim para ocupar o cargo. Ele aceitou o convite.

Após ligação do Planalto, Jobim antecipa volta a Brasília

Será que dessa vez esse Ministro cai. Vamos orar!!!

 JOÃO CARLOS MAGALHÃES

ENVIADO ESPECIAL A TABATINGA (AM) *
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
Folha.com


O ministro Nelson Jobim cancelou a participação em evento da Defesa, na tarde desta quinta-feira, e antecipou a volta de Tabatinga (AM) a Brasília, onde deve se encontrar ainda hoje com a presidente Dilma Rousseff.

A presidente conversou por telefone com Jobim e, segundo a Folha apurou, disse a ele que, diante da polêmica criada por suas declarações, a única saída era ele pedir demissão. Do contrário, teria afirmado Dilma, não lhe restaria outra opção a não ser ela mesma demiti-lo.

Jobim participaria ainda de uma solenidade em um pelotão especial de fronteira, a meia hora de Tabatinga. Mas após o telefonema, acabou embarcando de volta a Brasília. Representaram o governo no evento o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o vice-presidente Michel Temer.

O ministro tem feito declarações polêmicas e desagradado o governo. À revista "Piauí" ele disse que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) é "fraquinha" e que Gleisi Hoffmann (Casa Civil) "sequer conhece Brasília".
O ministro, no entanto, negou na tarde de hoje que tenha se referido de forma pejorativa ao trabalho das ministras.
Os trechos da entrevista foram antecipados pela coluna de Mônica Bergamo na edição da Folha desta quinta.

Após a declaração, o governo espera que o ministro se antecipe e formalize seu pedido de demissão. Considera essa a melhor alternativa. Jobim está em missão oficial a Tabatinga, ao lado do vice-presidente Michel Temer e do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

POLÊMICAS

A situação do ministro já havia ficado insustentável nos últimos dias após a declaração de que votou em José Serra nas eleições de 2010. A revelação foi feita no programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.
Apesar disso, Dilma preferiu não tomar nenhuma atitude em meio a uma semana politicamente conturbada.

Jobim também causou constrangimento ao Planalto recentemente, na solenidade de homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, disse ser preciso tolerar a convivência com "idiotas", que "escrevem para o esquecimento". Ele explicou ter se referido a jornalistas, mas petistas entenderam como recado ao governo.
* O repórter fez o trajeto Brasília-Manaus-Tabatinga em avião da FAB, a convite.

Ao concorrer à prefeitura de Luziânia, Roriz desafia a Lei da Ficha Limpa


Publicação: 04/08/2011 Correioweb
Em setembro do ano passado, houve empate entre os ministros do Supremo na análise do recurso do ex-chefe do Executivo local (Breno Fortes/CB/D.A Press - 22/9/10)
Em setembro do ano passado, houve empate entre os ministros do Supremo na análise do recurso do ex-chefe do Executivo local

Ao decidir retomar a participação em campanhas eleitorais, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) reacenderá em 2012 um debate que o tirou da disputa pelo Executivo do DF: a possibilidade de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, tema que dividiu o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado. O impasse provocado pelo empate na votação sobre a situação de Roriz acabou levando-o a renunciar à sua candidatura e a apoiar a mulher, Weslian Roriz (PSC). Agora, ele se prepara para concorrer à prefeitura de Luziânia (GO), município onde começou a trajetória política na década de 1970 antes de se transferir para o Distrito Federal. Haverá, no entanto, uma pendência jurídica a resolver.

Roriz completa 75 anos hoje num ensaio à campanha. Está prevista a realização de missa na Igreja Nossa Senhora da Aparecida, no Jardim Ingá, bairro carente do município de Luziânia, a base eleitoral que o ex-governador quer conquistar para voltar aos mandatos eletivos. O evento está marcado para às 19h30. 

Roriz espera sentir o calor de parte dos 100 mil moradores do bairro, considerado um dos mais violentos do Entorno do DF. Desde que perdeu a oportunidade de concorrer, o ex-chefe do Executivo local se recolheu na Fazenda Palma, também localizada no município o qual sonha comandar.Mais do que um teste nas urnas, a provável candidatura de Roriz será uma prova de fogo jurídica sobre a viabilidade do ex-governador nos embates na unidade da federação que ele governou quatro vezes. 

Em tese, Roriz está inelegível até 2023 e só pode se candidatar novamente ao GDF na disputa de 2026, quando terá 90 anos. Os infortúnios ocorridos com a principal herdeira do rorizismo, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), filmada recebendo dinheiro supostamente ilícito de Durval Barbosa, são um incentivo a mais para Roriz. Se ele conseguir êxito em Luziânia, estará liberado para concorrer novamente no DF.

Em março, o STF decidiu que a Lei da Ficha Limpa valerá a partir das eleições municipais do próximo ano. Quando assumiu o assento no plenário, o ministro Luiz Fux desempatou a votação, ao julgar o caso do ministro Jader Barbalho (PMDB-PA), no sentido de que uma lei precisa estar em vigor um ano antes das eleições para ter validade como regra para candidaturas.

 Há consenso, no entanto, que o debate não foi encerrado ali. Outras teses jurídicas serão discutidas pelo STF nas eleições municipais e Roriz, mais uma vez, poderá ser tornar ícone de um caso emblemático.Os advogados de Roriz sustentam que ele não poderia ser atingido pela Lei da Ficha Limpa por ter renunciado ao mandato — a causa de sua inelegibilidade — antes de a regra entrar em vigor. Segundo os defensores do ex-governador, se soubesse que haveria uma penalidade eleitoral tão rigorosa, a avaliação possivelmente teria sido outra, ou seja, ele poderia enfrentar o Conselho de Ética do Senado para se defender das acusações de que se envolveu numa transação suspeita ao receber um cheque do empresário Nenê Constantino.

Avaliação

O STF ainda não entrou nesse assunto. Os ministros julgam casos concretos e ainda não houve avaliação da inconstitucionalidade de todos os artigos da Lei Complementar nº 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa (Leia O que diz a lei). A Ordem dos Advogados do Brasil entrou com uma ação declaratória de constitucionalidade, em maio deste ano. Na opinião da OAB, na próxima eleição, a divergência de posicionamentos entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aplicou a norma no ano passado, e o STF. 

O Ministério Público Eleitoral entende que a lei já estava em vigor desde as eleições do ano passadoA saída de Roriz do cenário político deixa o governador Agnelo Queiroz (PT) à vontade, praticamente sem oposição. O PT entrou no governo beneficiado pelas crises provocadas pela Operação Caixa de Pandora e pela Ficha Limpa, que derrubaram dois grupos políticos de força na cidade. Uma eventual volta de Roriz pode aquecer os grupos contrários ao atual governo.Mas a insinuação de retorno do ex-governador, no entanto, já provocou a reação do PT.

 O partido no DF vai entrar nas eleições do Entorno e um dos objetivos é abater Roriz em Luziânia. Na cidade, a legenda estuda apoiar o radialista Didi Viana, que já concorreu à chefia do município, mas perdeu para o atual prefeito Célio Silveira (PSDB). O grupo de dele, aliás, deve se unir a Roriz e ajudá-lo na meta de voltar à ativa.
Roriz comemora hoje 75 anos em missa no Jardim Ingá, bairro de Luziânia (Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press - 19/9/10)
Roriz comemora hoje 75 anos em missa no Jardim Ingá, bairro de Luziânia


Caso concreto

Em outubro do ano passado, o STF determinou que o registro de Jader Barbalho deveria ser negado com base na Lei da Ficha Limpa porque ele renunciou ao mandato no Senado em 2001 e, portanto, estaria inelegível até o final de 2010. Jader foi eleito senador com 1.799.762 votos. Em março deste ano, o plenário do STF anulou a validade da lei no pleito de 2010.

O que diz a lei

Sancionada em junho de 2010 pelo então presidente Lula, a Lei Complementar nº 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa, estabeleceu novos parâmetros para a autorização de candidaturas ao alterar as regras para inelegibilidade. Entre os novos critérios, está o impedimento de participação nas eleições de quem renunciou a mandato quando já havia representação por quebra de decoro parlamentar protocolada contra si, mesmo que o processo ainda não estivesse aberto no Congresso ou nas casas legislativas estaduais ou municipais. A vedação está prevista na alínea K da lei, segundo a qual, nesses casos, o político perde o direito de concorrer na eleição consecutiva e nos oito anos posteriores.